Manifestantes invadiram e incendiaram edifícios de órgãos ambientais do velho Estado no município de Humaitá, no sul do Amazonas, em protesto contra a Operação “Ouro Fino”, que apreendeu e queimou balsas utilizadas por garimpeiros na extração de ouro no rio Madeira.
Na tarde de 27 de outubro, um grupo de manifestantes se reuniu no centro de Humaitá para protestar contra a Operação “Ouro Fino” desatada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre os dias 24 e 27 de outubro, contra a garimpagem ilegal no rio Madeira. A megaoperação do velho Estado mobilizou agentes do Exército, da Marinha, da Força Nacional de Segurança e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Revoltados com a apreensão de instrumentos de trabalho e de 37 balsas, além da destruição de 20 delas pelo Ibama e pelo ICMBio, os manifestantes incendiaram as sedes destes órgãos, destruindo completamente várias salas. Sete carros e balsas do Ibama também foram incendiadas. Os prédios estavam vazios no momento dos incêndios.
Veículos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) também chegaram a ser danificados. As residências de funcionários do Ibama foram apedrejadas.
Nesse mesmo dia, os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar e a Força Nacional de Segurança, que efetuou disparos com armas não letais e utilizou spray de pimenta, além de lançar bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Policiais tiveram escoriações leves devido ao arremesso de pedras e garrafas pelos manifestantes, além do uso de rojões contra os policiais.
Um barco do ICMBio foi queimado na manhã de 28 de outubro. Mais homens do Exército, da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança foram enviados para o município para evitar novas revoltas e manifestações.