Na manhã do dia 7 de janeiro trabalhadores interditaram parcialmente a avenida André Araújo, em frente ao Tribunal de Justiça do Amazonas, com faixas e cartazes criticando a instalação de mais uma escola militar em Manaus. Esse é o terceiro ato realizado em menos de um mês.
A escola estadual Tiradentes, de acordo com a Secretaria de Educação, está passando por um reordenamento para funcionar como escola militar. Com a transformação da escola, os alunos do bairro serão redistribuídos em 14 escolas de seis bairros diferentes. Atualmente Manaus é a capital brasileira com mais escolas militares.
A professora e dirigente sindical Elma Sampaio denuncia que a comunidade não está sendo ouvida e muitos alunos poderão até deixar de estudar por falta de dinheiro para transporte. “A comunidade tem propostas para solucionar o problema, mas ninguém quer ouvir. A vida dela vai mudar totalmente porque são pessoas de baixa renda que não têm dinheiro para se locomover das suas casas. A escola tem 45 anos de existência no bairro”, afirmou.
A professora da escola estadual Tiradentes, Priscila Jovino, denuncia que não houve discussão nem mesmo com os professores; até agora ninguém sabe onde irá trabalhar. “Eles reuniram com os professores do turno noturno e disseram que vamos para a Escola Major, mas no sistema essa escola não aparece. Continua aparecendo a Escola Tiradentes. Os professores dos outros turnos também não sabem o que vai acontecer. Estamos sem saber para onde ir”, relatou ela.
A trabalhadora Lilian Alves, mãe de um dos alunos, denuncia que a comunidade é contra esse reordenamento. “É uma injustiça o que estão fazendo com os nossos filhos. Para onde eles vão? Eles não podem mexer na Escola Tiradentes, que é uma escola que atende pessoas de baixa renda, que não têm condições para ir em outras escolas. Não estão se importando com as condições dos nossos filhos, é uma escola de 45 anos de existência. E muita das vezes não teremos dinheiro para pagar passagem para eles se deslocarem para outras escolas”, criticou.
Manifestação contra escola militar. Foto: Banco de dados AND