No dia 2 de dezembro foi realizado na Universidade do Estado do Amazonas, na Escola de Direito, um vitorioso seminário intitulado Vozes Palestinas e o Direito Humanitário Internacional. O evento foi um marco para a solidariedade internacionalista a causa palestina em Manaus, reunindo mais de 200 ouvintes e palestrantes como Ualid Rabah, da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e Maynara Nafer, da mesma organização. O evento foi um importante foco de denúncia dos crimes cometidos por Israel e de apoio à Resistência Nacional Palestina.
A atividade foi realizada por meio de uma colaboração entre a FEPAL, a Sociedade Árabe Palestina do Amazonas, a Juventude Árabe Palestina do Amazonas e contou com o suporte do Comitê de Apoio ao Jornal A Nova Democracia – Manaus.
Cresce a solidariedade internacionalista no Amazonas
Dentre os participantes do evento, houveram estudantes dos mais diversos cursos, em especial do curso de direito, assim como professores universitários, advogados, juízes e ativistas de movimentos populares. Todos os presentes saudaram efusivamente com aplausos a cada fala de apoio ao bravo povo palestino proferidas pelos palestrantes.
Durante as falas, Mamoun Imwas, representante da Sociedade Árabe Palestina do Amazonas ressaltou que o verdadeiro motivo da ocupação de Israel no território palestino era em prol do roubo das riquezas existentes naqueles territórios (inclusive riquezas históricas). Para consolidar esse domínio, o Estado colonial de Israel instituiu uma limpeza étnica e expulsou de suas casas milhares de civis nativos da região.
A representante da Juventude Árabe Palestina do Amazonas, Jade Yacub, ressaltou sobre o grande sonho dos palestinos em diáspora de todo o mundo: a reconquista de seu território nacional.
Ualid Rabah, representando a FEPAL, por sua vez, fez uma comparação do extermínio sofrido pelo seu povo nos dias de hoje com as atrocidades colonizatórias sofridas pelos povos indígenas das Américas nas mãos das potências europeias.
Já Maynara Nafer, secretária da mesma organização, em meio a sua fala, disse que o assassinato das crianças e mulheres da região são uma tentativa de acabar com a continuidade do legado e do sangue palestino.
O representante do Comitê de Apoio ao Jornal A Nova Democracia – Manaus, por sua vez, ressaltou a cobertura criminosa feita pelos monopólios de imprensa, submissos ao imperialismo, que reproduzem as mais bárbaras mentiras para manter os povos oprimidos de todo o mundo submissos.
Na banquinha realizada pelo Comitê de Apoio, foram distribuídas dezenas de edições antigas do AND, assim como vendidos diversos livros e demais materiais de propaganda.
Ameaças não impediram evento
Poucos dias antes da realização do evento, reacionários sionistas realizaram ameaças anônimas direcionadas a direção da Faculdade de Direito da UEA como forma de intimidação e censura ao debate na universidade. Em primeiro momento, a direção da faculdade revogou o seminário, mas a decisão foi revertida depois de os organizadores insistirem pela realização do evento.
Após este fato, os sionistas novamente foram atropelados na Escola do Direito com a garantia da realização do Seminário e de proteção aos palestrantes. O acúmulo de derrotas e perda de espaço político dos sionistas locais vem desde a última expulsão do reacionário André Lajst que, através de intensa e corajosa mobilização estudantil, foi rechaçado e expulso das duas maiores universidades de Manaus (UEA e UFAM).
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Os estudantes presentes contaram também ao AND que juventudes ligadas a partidos reacionários chegaram a entrar no evento como ouvintes, mas, intimidados com o amplo apoio das massas a causa palestina, não recorreram a nenhuma das típicas provocações.
Novas gerações de palestinos crescem sob a bandeira da defesa nacional
No fechamento do Seminário, Muna Hajoj, uma das representantes da Sociedade Árabe Palestina do Amazonas, convocou toda a juventude palestina local a frente do palco e os saudou efusivamente pela construção do vitorioso evento. A homenagem, que tirou lágrimas de emoção dos participantes do evento, demonstrou o papel de destaque que essa juventude vem tomando nas lutas pela causa.
Segundo ela, é satisfatório para as duas gerações anteriores de palestinos que imigraram para o Amazonas ver que eles criaram uma geração que não se desligou de sua cultura e nem de sua luta de Resistência Nacional.