Análise da situação da Palestina e do Oriente Médio

Dr. Ali Elzein Jomaa é libanês residente no Brasil, morou também na Rússia e no Iraque, onde estudou medicina - ofício que exerce na atualidade. Dr. Ali é um dos coordenadores do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino – GO, e mensalmente escreve sua análise sobre o panorama geral da luta da resistência Palestina e dos demais povos árabes que enfrentam o nazi-sionismo de “israel” e o imperialismo ianque.
Foto: FPLP.

Análise da situação da Palestina e do Oriente Médio

Dr. Ali Elzein Jomaa é libanês residente no Brasil, morou também na Rússia e no Iraque, onde estudou medicina - ofício que exerce na atualidade. Dr. Ali é um dos coordenadores do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino – GO, e mensalmente escreve sua análise sobre o panorama geral da luta da resistência Palestina e dos demais povos árabes que enfrentam o nazi-sionismo de “israel” e o imperialismo ianque.

A ordem mundial atual é fruto das consequências das duas guerras mundiais, que resultaram na hegemonia ocidental opressiva, liderada pelos Estados Unidos, sobre os recursos das nações e dos povos do mundo, saqueando suas riquezas e pilhando seus bens sem qualquer escrúpulo moral ou justificativa legal, exceto pela imposição de sua vontade por meio da força, dominação e colonialismo, a fim de reconstruir seus países, garantir o bem-estar de suas sociedades e controlar o mundo conforme seus interesses e desejos.

Para garantir essa hegemonia, estabeleceram uma divisão global, criaram organizações e sistemas como a Organização das Nações Unidas, o Conselho de Segurança e a Organização dos Direitos Humanos, além de promulgar leis, tratados e alianças que facilitam sua permanência no topo do mundo sem concorrência ou oposição. Impuseram suas ferramentas locais e regionais, incluindo regimes políticos, organizações sociais, partidos políticos, setores sociais, missões religiosas, pregadores, influenciadores sociais, jornalistas, economistas, professores universitários, oficiais militares e soldados cujos interesses estão vinculados à continuidade desse sistema opressor.

Construíram regimes de segregação racial, como o extinto regime da África do Sul, e criaram um estado colonial de ocupação e usurpação, conhecido como a entidade sionista chamada “Israel”, apoiando-o com todos os meios de poder e superioridade para manter o sistema mundial unilateral criminoso. Cada uma dessas ferramentas tem suas funções, deveres e graus de influência definidos conforme os interesses das potências globais e das grandes corporações monopolistas que dominam o núcleo profundo do sistema capitalista imperialista.

No entanto, a luta legítima dos povos e nações resistiu a essa hegemonia, alcançando vitórias em alguns momentos e fracassando em outros, por meio da Guerra Fria, liderada pela Revolução Bolchevique na antiga União Soviética, a experiência maoísta na China, a Revolução Bolivariana na América Latina, a Revolução Cubana, a Revolução Argelina, a Revolução Sul-Africana vitoriosa, a Revolução Nasserista, a Revolução Síria e Iraquiana e suas tentativas de unificação, a criação do Movimento dos Países Não Alinhados e a luta renovada do heroico povo palestino. Todas essas experiências globais, independentemente de seu sucesso ou fracasso, continuam a testemunhar o conflito humano entre a justiça e a injustiça na tentativa de se livrar desse sistema mundial injusto, ladrão e opressor.

Hoje, o mundo assiste a um movimento de renovação para enfrentar essa tirania, com o surgimento de novos fenômenos, realidades e eventos que desenham o nascimento de um mundo mais justo e equilibrado, baseado na cooperação, complementaridade, solidariedade e respeito mútuo. A ascensão do “dragão chinês” com seu poder econômico avassalador e sua excelência científica, o fortalecimento da Rússia como uma potência militar regional e global influente, e o crescimento de países como Índia, Brasil e África do Sul como forças econômicas regionais. Além disso, o bloco dos BRICS, com sua crescente adesão, tornou-se um peso político, econômico e financeiro significativo, impulsionando esse caminho corretivo contra a hegemonia global de forma sutil, mas eficaz.

Na outra margem, no mundo árabe, essas transformações ocorrem de maneira mais sangrenta e brutal, exemplificadas pelas práticas da entidade sionista selvagem chamada “Israel”. Essa entidade ilegítima, fabricada artificialmente, representa o último bastião do imperialismo global e sua mais agressiva e violenta base avançada para a defesa desse sistema, dado seu papel crucial na manutenção da hegemonia imperialista sobre os recursos energéticos, rotas comerciais e controle do comércio mundial entre o Oriente, o Ocidente e o continente africano.

A entidade sionista comete os crimes mais hediondos que a humanidade já testemunhou, sem paralelo no passado ou no presente, expressando a face selvagem, sanguinária, imoral e desumana do sistema sionista racista e de seus patrocinadores ocidentais criminosos, que agora respiram seus últimos suspiros no trono do domínio global. Eles utilizam nosso povo resistente como um campo de batalha para sua sobrevivência, perpetrando massacres contra crianças, mulheres, idosos e civis indefesos, praticando políticas de terror, fome, deslocamento forçado, roubo de terras, saque de propriedades e destruição de cidades e vilarejos.

Em Gaza, a entidade sionista encontrou sua ruína, pois a luta de nosso povo despertou a fome predatória do ocupante da Casa Branca, o último líder do sistema imperialista americano, cuja queda e desaparecimento começarão pela Palestina e sua revolução, que enfrenta esse ente ilegítimo, a última relíquia do colonialismo na Terra.

A América está falida, suas dívidas ultrapassam 38 trilhões de dólares, e sua corrupção é evidente. É um estado racista mascarado de civilização, um país de comunidades e etnias fragmentadas, onde a pobreza excede o das nações em desenvolvimento. Um país dominado por corporações monopolistas, sem um verdadeiro estado voltado para os cidadãos, cujos habitantes são meros instrumentos dessas empresas.

Hoje, os Estados Unidos enfrentam um conflito político interno que ameaça sua existência, divididos entre republicanos e democratas, entre uma visão globalista que custa caro para sua população e a visão trumpista/muskiana de isolacionismo, reforço das instituições estatais e limitação do poder das corporações monopolistas.

A guerra na Ucrânia expôs o fracasso militar e financeiro do Ocidente, especialmente da Europa, sobrecarregando a economia americana. Os Estados Unidos perceberam que estão sustentando quase sozinhos a OTAN, tornando-se incapazes de arcar com os custos militares, e se veem forçados a reconsiderar sua posição, tentando negociar com a Rússia às custas dos interesses europeus e ucranianos. O recente encontro humilhante com Zelensky é uma lição para todos os que depositam sua confiança nos Estados Unidos ou em qualquer outra potência estrangeira.

As lições estão à vista das nações árabes que ainda se escondem sob o manto americano e temem o sionismo. Este, já sentenciado ao fracasso, é um projeto derrotado que viu sua arrogância esmagada em Gaza. Seu exército foi reduzido, sua arrogância foi quebrada, sua elite foi eliminada, e suas capacidades militares foram devastadas.

As mulheres da Palestina, símbolo de resistência, resiliência e orgulho, continuam a gerar gerações de combatentes e mártires. Elas são as guardiãs da honra nacional, sustentando a luta pela libertação.

No Líbano, a resistência impôs sua dignidade, repelindo invasões e emboscando os inimigos, forçando-os a recuar como ratos aterrorizados. A batalha da honra esmagou a arrogância do ocupante e impôs um cessar-fogo que, mesmo sob a garantia americana e francesa, não foi respeitado pelo inimigo.

O Líbano e todas as nações árabes devem exigir o cumprimento dos acordos internacionais, a retirada da ocupação e o levantamento do bloqueio sobre Gaza e a Cisjordânia. O mundo deve reconhecer que o projeto sionista fracassou e se tornou um fardo moral e político para a humanidade.

Exigimos que nossos governos cortem laços com os regimes racistas, pressionem pelo cumprimento das sanções internacionais e trabalhem para a expulsão de Israel da ONU, além do reconhecimento do Estado Palestino, onde todas as religiões possam coexistir pacificamente entre seus habitantes nativos, restaurando assim a justiça histórica.

Que a paz e a misericórdia de Deus estejam com vocês.

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