O general de brigada Yahya Saree, porta-voz militar do Ansarallah, confirmou na quarta-feira que o grupo havia lançado uma operação militar conjunta envolvendo sua força de mísseis, força aérea e forças navais.
Saree disse em um comunicado que a operação teve como alvo as embarcações navais dos EUA, incluindo o porta-aviões USS Harry S. Truman, posicionado no Mar Vermelho.
O porta-aviões dos EUA, que serve como uma plataforma fundamental para ataques aéreos no Iêmen, era um alvo central, pois havia sido usado no lançamento de ataques contra o Iêmen, que resultaram em vítimas civis e na destruição de infraestrutura, como hospitais.
Saree enfatizou que os ataques com mísseis faziam parte dos esforços contínuos do Ansarallah para resistir à agressão liderada pelos EUA e apoiar a causa palestina, especialmente à luz do bombardeio contínuo de Israel em Gaza. O grupo afirma que a operação com mísseis atingiu seus objetivos, mas não especificou a extensão dos danos ao porta-aviões americano.
O ataque ao USS Harry S. Truman foi parte da resposta mais ampla do Ansarallah aos ataques aéreos dos EUA lançados em 15 de março, que tiveram como alvo as posições da Ansarallah, supostamente matando figuras importantes do movimento.
Além das operações navais, o Ansarallah também revelou que havia lançado ataques de drones contra alvos militares israelenses na área de Tel Aviv.
Saree declarou que essas operações atingiram com sucesso os alvos pretendidos, embora os detalhes dos danos infligidos não tenham sido divulgados. Ele reiterou que o Ansarallah continuaria a realizar esses ataques enquanto a agressão israelense contra Gaza continuasse.
Isso marcou a continuação do envolvimento direto do Ansarallah no apoio à resistência palestina, que havia diminuído anteriormente com o acordo de cessar-fogo de 19 de janeiro entre o Hamas e Israel, mas foi retomado nas últimas semanas depois que Israel violou o cessar-fogo ao intensificar os ataques aéreos em Gaza.
As últimas operações ocorrem em meio ao aumento das tensões na região. Na terça-feira, como parte da escalada militar, o Ansarallah teve como alvo o Carrier Strike Group 8 da Marinha dos EUA em uma operação coordenada.
Essa operação, que continuou na madrugada de quarta-feira, foi parte da resposta mais ampla do Ansarallah à agressão da coalizão liderada pela Arábia Saudita contra o Iêmen, que vem ocorrendo desde 2015.
A declaração de Saree enfatizou o conflito militar em andamento, com confrontos entre as forças do Ansarallah e o pessoal militar dos EUA na região, que continuam de acordo com os últimos relatórios. Ele enfatizou que o Ansarallah persistiria em responder à escalada dos ataques dos EUA, reiterando o compromisso do grupo em combater a agressão dos EUA e apoiar a resistência palestina.
Os EUA ainda não se pronunciaram sobre as recentes operações. No entanto, o Pentágono reconheceu o lançamento de ataques aéreos contra alvos do Ansarallah no Iêmen, incluindo ataques em 15 de março que resultaram na morte de vários oficiais seniores do Ansarallah. Desde então, aeronaves norte-americanas lançaram pelo menos 17 ataques aéreos na província de Saada, no norte do Iêmen, tendo como alvo posições do Ansarallah.
A declaração de Saree também fez um apelo mais amplo à ação, pedindo que as pessoas em todo o mundo se unam para impedir o que ele descreveu como o “genocídio” dos palestinos em Gaza. Ele reafirmou que o Ansarallah continuará suas operações até que a guerra em Gaza termine e o cerco seja suspenso.
O grupo proibiu especificamente as embarcações afiliadas a Israel de operarem no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandab, prometendo intensificar os ataques contra alvos israelenses enquanto a campanha de bombardeio israelense contra Gaza persistir.