O movimento anti-imperialista iemenita Ansarallah negou na última sexta-feira uma proposta de cessar-fogo feita pelos Estados Unidos para pôr fim aos ataques contra os navios da marinha ianque, em troca de suspender os bombardeios deliberados ao Iêmen. As informações são do jornal libanês Al-Akhbar.
De acordo com o líder iemenita Abdul Malik Al-Houthi, os ataques aos navios de guerra ianques seguirão escalando à medida em que a presença imperialista e seus ataques criminosos continuem.
A proposta de cessar fogo, negada pelos iemenitas, se deu uma semana após o monopólio de imprensa estadunidense New York Times publicar que a campanha iemenita de ataques aos porta-aviões ianques está interferindo diretamente nos interesses da superpotência imperialista.
A reportagem do jornal monopolista ianque diz que o envio pelos EUA de porta-aviões, mísseis e outros itens militares para conter o Iêmen está prejudicando a atuação do imperialismo norte-americano na Ásia, onde precisa atuar para conter o social-imperialismo chinês.
É claro que isso é levado em conta pelos iemenitas. Cientes dessa debilidade, eles não vão aceitar qualquer acordo, e sim buscar um que encerre de fato a agressão imperialista ianque ao solo iemenita. O EUA atua há anos no Iêmen por meio da “coalizão liderada pela Arábia Saudita”, nome dado ao conjunto de grupos e países que intervieram no Iêmen em 2015 e permanecem até hoje. O EUA não é oficialmente integrante da coalizão, mas fornece apoio logístico, militar e de inteligência – sendo de fato o líder da intervenção.
O desgaste de armamentos ianques ganhou um novo vulto neste domingo (13/04), depois de o Ansarallah anunciar a interceptação de um drone de guerra MQ-9 por um míssil terra-ar de produção local.
Desde outubro de 2023, os iemenitas já expulsaram quatro porta-aviões do Mar Vermelho: os navios USS Gerald Ford e o USS Dwight Eisenhower. Ambos tiveram que passar por manutenções após sucessivos ataques do Ansar Allah.
Um dos navios mais famosos da marinha dos Estados Unidos, o USS Abraham Lincoln se retirou do Mar Vermelho após sofrer danos poderosos em uma batalha que durou mais de oito horas. O porta-aviões ficou apenas três semanas no Mar Vermelho, sendo seguido pelo USS Theodore Roosevelt, que também foi obrigado a se retirar após os ataques iemenitas.
Em março de 2025, o Pentágono iniciou uma onda de bombardeios às principais cidades iemenitas, vitimando centenas de civis com o USS Harry Truman, escoltado por outros navios de guerra. Em abril, foi anunciado o envio do quarto porta-aviões para a região, o USS Carl Vinson.
