Trabalhadores do bairro Cidade Nova, em Macapá, interditaram a rua Acésio Guedes exigindo melhorias nas condições de saneamento básico, no dia 2 de março. Os moradores denunciam que o bairro sempre foi negligenciado, mas no inverno amazônico a situação piora ainda mais.
“Em alguns dias não é possível sequer sair da casa devido ao alagamento das ruas que também provoca várias doenças”, denuncia a diarista Hôrmelia Oliveira, de 44 anos, moradora do bairro há cerca de 23 anos. “Se você não tiver dinheiro para comprar uma bota de borracha, vai pegar frieira no pé, doença de rato, porque a gente tem que andar na lama. Quando chove, alaga tudo que nem carro consegue entrar.”, expõe.
Já a trabalhadora e moradora do local, Maria José, de 60 anos, denuncia que além da lama nas ruas, não há também abastecimento de água potável. “Há mais de três meses só sai da torneira um líquido preto que é uma mistura de água com lama”, denuncia. Segundo ela, “para não morrer de sede alguns moradores conseguem comprar garrafões de água potável”.
“A água chega podre nas nossas casas, parece que ela vem do esgoto. A gente não pode cozinhar, lavar roupa e nem tomar banho com essa água. Na minha casa todo dia são três garrafões de água que a gente tem que comprar. E quem não tem dinheiro para fazer isso?”, protesta Maria.
Já o trabalhador Carlos Soares, de 40 anos, denuncia que os moradores estão cansados de promessas pelos gerentes do velho Estado, e mais atos são prometidos contra esse descaso. “A partir de agora o Cidade Nova vai protestar. Todo mundo pensa que aqui no Cidade Nova só mora porco para ficar andando na lama. Já houve caso em que sofri preconceito por morar aqui. Falaram ‘esse aqui é do Cidade Nova, por isso a canela está toda cheia de lama’. Passar por isso é um absurdo.”, indigna-se.