Lucas Matheus, de 13 anos, foi mais uma vítima da repressão policial durante o apagão no Amapá. Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Já não bastasse todo o transtorno ao qual é obrigado a passar o povo amapaense desde o apagão do dia 3 de novembro, ainda tem que lidar com a repressão perpetrada pela Polícia Militar (PM). Durante um ato no dia 6 de novembro, contra o falso rodízio e contra o descaso praticado pelos governos estadual e federal no problema do apagão, um policial militar acertou com um tiro de bala de borracha o olho do adolescente Lucas Matheus de Abreu, de 13 anos. O garoto corre o risco de ficar cego.
Lucas contou que estava próximo ao ato que acontecia no dia 6, na sétima avenida do bairro Cóngos, na zona sul de Macapá. O menino disse que estava tentando atravessar a rua, no momento que foi alvejado no olho direito.
A madrasta do adolescente, Edilene dos Santos, denunciou ainda a omissão de socorro praticada pelos militares: “Ficamos desesperados. Mostramos ele aos policiais e a polícia continuou atirando. Um funcionário nosso foi baleado também. Quando eles [PMs] perceberam o que tinham feito, pegaram a viatura e foram embora. Isso pra mim é omissão de socorro”, disse Edilene ao monopólio de imprensa G1. A família ainda denuncia que não havia razão para tanta truculência na ação dos policiais, uma vez que não tinha pessoas armadas no local.
Lucas Matheus foi levado após ser baleado para o Hospital de Emergências de Macapá, dada a gravidade do caso, foi transferido para o Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal), onde foi submetido a uma cirurgia.
“Eu espero que a justiça seja feita. Não deveriam ter abandonado meu filho como abandonaram. Omitiram socorro pro meu filho. Isso é o que me entristece”, declarou a madrasta.