AP: Professores da rede estadual e municipal paralisam atividades contra precarização

AP: Professores da rede estadual e municipal paralisam atividades contra precarização

Foto: Rodrigo Indinho

Professores em conjunto com trabalhadores de outros setores da rede pública e municipal de Macapá, capital do Amapá, paralisaram suas atividades entre os dias 15 a 20 de maio contra o avanço da precarização na educação e os baixos salários. Cerca de 100 escolas paralisaram suas atividades. Na manhã do dia 16 foram realizados atos em conjunto na frente do Palácio do Setentrião (sede do governo estadual) e na frente da Prefeitura de Macapá.

Uma das lideranças sindicais, o trabalhador Gianfranco Gusmão, afirma que os professores exigem o fim do parcelamento salarial e demais direitos trabalhistas, e protestou pelo fato de o Piso Salarial não estar sendo pago. “Nossas pautas de reivindicações são que o Estado abra a mesa de negociação. Nós temos perdas de 55,61% de salário. Estamos com ele parcelado, temos férias, promoções e progressões não pagas. Ou seja, temos vários motivos para parar”, expõe.

“O muro da escola já está todo caído, o forro está com buraco a ponto de cair também. Só tem uma máquina de xerox na escola inteira. E agora a gente não tem nem pincel. Temos que tirar do próprio bolso para poder dar a nossa aula. O professor que está mantendo a escola. A gente paga para ter uma formação e não somos reconhecidas”, denuncia a trabalhadora Sheila Côrrea, que atua na profissão há 14 anos, no município de Mazagão, distante 32 quilômetros da capital.

Já a trabalhadora Rosiane Santos afirmou que está sobrecarregada pela falta de profissionais. Cansada de promessas, ela se juntou com os professores para protestar. “Estamos sobrecarregadas porque são 150 alunos para só uma merendeira. Me sinto uma escrava. É panelão para lavar, pratos, talheres e limpar a sala sozinha. É muita cobrança para cima da gente e ninguém nos valoriza”, protesta.

Foto: Rede Amazônica

Estudantes denunciam precarização

No dia 6 de maio, alunos da Escola Estadual Tiradentes – que se tornou escola de tempo integral em 2017 e é uma das mais tradicionais do Amapá, -, localizada no bairro Santa Rita, Zona Central de Macapá, realizaram um protesto exigindo melhorias no prédio e na educação.

Segurando cartazes e gritando palavras de ordem, os estudantes denunciaram a existência de diversos problemas na alimentação e na estrutura do prédio.

O auditório da escola está com o teto danificado, nos banheiros há muita sujeira por conta dos problemas no abastecimento de água e falta de materiais de limpeza, entre outros problemas no prédio, que indicam a necessidade de reforma.

Já os estudante do 1º ano do Ensino Médio denunciam que não há professor para lecionar a disciplina de Química. Outros denunciam que, quando há merenda escolar, a mesma não cumpre as necessidades nutricionais dos alunos, pois quase sempre é servido apenas frango e mingau. Várias vezes os alunos já foram dispensados por falta de merenda escolar.

Foto: Reprodução

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