Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Na manhã do dia 26 de abril, usuários e trabalhadores do Hospital de Emergência (HE) de Macapá realizaram mais um ato contra a precarização do único pronto-socorro adulto do Amapá. Os usuários denunciam falta de medicamentos, demora para realização de cirurgias e falta de manutenção nos equipamentos, enquanto os trabalhadores denunciam precárias condições de trabalho.
O trabalhador Raimundo Nonato, morador de Oiapoque, distante cerca de 600 quilômetros de Macapá, está há cerca de 16 dias internado no HE. Mesmo com fortes dores no braço imobilizado, não há qualquer previsão para realização da sua cirurgia devido à falta de materiais, medicamentos e manutenção nos demais equipamentos. Mesmo com as dores, Raimundo estava junto com outros pacientes e trabalhadores denunciando a precarização do HE.
Vários procedimentos médicos não estão sendo realizados por conta dessa situação, enquanto outros são realizados apenas quando os pacientes compram e levam os materiais até a unidade de saúde. “Estou há 16 dias aqui para tirar um parafuso do meu braço e até hoje nunca resolveram a minha situação. E meu braço está ficando cada vez pior e não estou aguentando mais. Atadura sou eu que compro, o remédio eu compro. Tudo eu compro na farmácia, por um valor caro”, denuncia o trabalhador.
Foto: Emerson Ramos/Arquivo pessoal
Na manhã do dia 23 de abril foi realizado o primeiro ato de denuncia contra essa precarização que pode, em muitos casos, ocasionar a morte dos pacientes. Durante o ato, a direção do HE afirmou que um dos equipamentos chegaria no dia seguinte na unidade de saúde, fato que não aconteceu, denuncia. “Eu falei com o diretor do hospital e ele me falou que ia chegar essa semana, mas não chegou. A gente quer que as autoridades compareçam aqui e nos deem uma resposta, porque da ultima vez que falaram nada aconteceu”.
No HE, as atuais condições estão insustentáveis, seja pela superlotação da unidade, seja pela falta de materiais para os pacientes e principalmente pela falta de estrutura do espaço, conforme já denunciado em Trabalhadores do Samu denunciam precarizacão. “Hoje a clínica cirúrgica tem 30 leitos, mas a quantidade de pacientes que estão lá é 105. Ou seja, é paciente no chão, no banco, na cadeira, em maca. As macas estão todas retidas porque a gente não tem onde colocar as pessoas”, denuncia a técnica em enfermagem Elziane Reis.