Com provável apoio da extrema-direita bolsonarista e falsa esquerda, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) confirmou hoje o apoio ao deputado Hugo Mota (Republicanos-PB) para assumir a presidência da Casa. O PT ainda não confirmou o apoio, mas parte do partido já defende oficializá-lo – apesar do histórico nada agradável de Motta como parlamentar.
Crescido em família dinástica da Paraíba (que cultiva a prefeitura de Patos, na Paraíba, desde 1956), Hugo Motta foi eleito em 2010 para a Câmara dos Deputados.
Durante a carreira, um ponto de destaque foi a aliança costurada com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Motta chegou a ser considerado “pupilo” do reacionário veterano. Como parte da aliança, Motta votou a favor do impeachment de Dilma em 2016, parte da pugna das classes dominantes brasileiras.
No governo do reacionário Michel Temer (MDB), Motta votou a favor da PEC do Teto de Gastos (até hoje vigente, na forma de “arcabouço fiscal”) e da contrarreforma trabalhista de 2017, que solapou direitos trabalhistas conquistados por duras lutas operárias desde o século passado.
Mas se cortou dos pobres, a mão ficou aberta para os familiares políticos na Paraíba: o deputado aproveitou as emendas parlamentares e orçametno secreto para enviar dezenas de milhões de reais à prefeitura do pai, Nabor Wanderley Filho (Republicanos-PB), em Patos (PB).
Na preparação para a disputa à presidência da Câmara, Motta já acenou para a extrema-direita bolsonarista como forma de garantir o apoio. Disse que não é contra a “PEC da Anistia“, que busca liberar os galinhas verdes de 8 de janeiro como pretexto para beneificiar Jair Bolsonaro.