A Marcha do Retorno na Palestina em 2018, que teve seu momento culminante no último mês, e que incendiou as fronteiras israelenses em Gaza por 6 semanas, já se converteu em mais um glorioso marco na luta aos povos do mundo. Nem mesmo os assassinatos de dezenas de manifestantes cometidos pelo Estado fascista de Israel na ocasião foram capazes de conter os Palestinos que persistiram indomáveis, lançando barricadas de fogo contra as cercas genocidas impostas pelos israelenses apoiados pelo imperialismo ianque.
Tal persistência indomável é a prova maior de que a Palestina nunca será subjugada definitivamente. É prova de que o exemplo heroico dos mártires que tombaram regarão gerações novas de combatentes cada vez mais decididos, que já surgem dos escombros das bombas e da miséria gerada pelo estrangulamento de Gaza. Combatentes que mais cedo ou mais tarde libertarão essa terra da dominação colonial.
A resistência do povo Palestino deve ser saudada por todos, em todos os cantos do mundo. Como foi saudada nesses dias nos muros do centro da cidade de São Paulo.
E, também, como fazem os poetas:
Não iremos embora
Tawfic Zayyad
Aqui
Sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Em vossas goelas
Como cacos de vidro
Imperturbáveis
E em vossos olhos
Como uma tempestade de fogo
Aqui
Sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Em lavar os pratos em vossas casas
Em encher os copos dos senhores
Em esfregar os ladrilhos das cozinhas pretas
Para arrancar
A comida de nossos filhos
De vossas presas azuis
Aqui sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Famintos
Nus
Provocadores
Declamando poemas
Somos os guardiões da sombra
Das laranjeiras e das oliveiras
Semeamos as ideias como o fermento na massa
Nossos nervos são de gelo
Mas nossos corações vomitam fogo
Quando tivermos sede
Espremeremos as pedras
E comeremos terra
Quando estivermos famintos
Mas não iremos embora
E não seremos avarentos com nosso sangue
Aqui
Temos um passado
E um presente
Aqui
Está nosso futuro