O preso político palestino Ghadanfar Abu Atwan comemora sua libertação das masmorras israelenses no hospital, após 65 dias em greve de fome. Foto: Abbas Momani / AFP
No dia 8 de julho, o palestino Ghadanfar Abu Atwan, de 28 anos, que foi libertado da prisão israelense após passar 65 dias em greve de fome em protesto contra sua detenção sem ter sido sequer acusado por Israel. Em 03/07, começou a se recusar a beber água também, e, por conta do seu estado de saúde extremamente debilitado, foi transferido para o Hospital Istishari, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
Ghandanfar foi recebido no hospital por centenas de apoiadores e manifestantes que celebraram sua libertação. Em entrevista à TV oficial na Palestina, ele homenageou todos os presos palestinos, incluindo seu tio que cumpre prisão perpétua, Munif Abu Atwan, e declarou: “Todas as instituições e organizações internacionais de direitos humanos devem intervir urgentemente para impedir as políticas racistas da ocupação e sua negligência deliberada com a saúde dos prisioneiros, privando-os do tratamento necessário para eles”.
Registros médicos datados de 7 de julho e revisados pelo monopólio de imprensa Associated Press mostram que o palestino passou por vários períodos em que se recusou a beber água ou líquidos com açúcar, sal ou vitaminas, e registram que ele ficou “visivelmente fraco, quase incapaz de falar” e incapaz de mover seus membros inferiores por conta da greve.
Ghadanfar foi levado detido de sua casa na cidade de Dura, na Cisjordânia ocupada, e recebeu uma ordem de prisão administrativa de seis meses. Sua greve de fome teve início em 5 de maio, quando a ordem de detenção administrativa foi renovada. As detenções administrativas são utilizadas por Israel para prender e manter palestinos encarcerados sem registrar acusações formais. A
A Sociedade dos Presos Palestinos, um grupo de direitos que defende os presos palestinos, denuncia que Ghadanfar foi abusado e agredido durante seu período em cárcere. Em junho, ele havia sido transferido para o hospital israelense Kaplan por conta do seu estado de saúde frágil. Mesmo após as forças israelenses anunciarem que haviam congelado sua ordem de detenção, ele manteve sua greve de fome até sua libertação ser confirmada.