Universidades públicas são alvo do ajuste fiscal de Macri/FMI
No dia 30 de agosto professores, estudantes, pesquisadores acompanhados por amplos setores da população se mobilizaram contra o corte no orçamento para as 57 universidades públicas do país.
Na capital argentina Buenos Aires, o povo se concentrou frente ao Congresso e marchou até a Praça de Maio, em frente à Casa Rosada (sede do governo), onde se reuniram 300 mil pessoas, mesmo enfrentando uma forte chuva.
“Na Casa Rosada há um grupo de empresários determinados em destruir a universidade pública. E aqui [nas ruas] há centenas de milhares determinados em defendê-la.”, declarou Luis Tiscornia, secretário geral da Federação Nacional de Docentes, Pesquisadores e Criadores Universitários (Conadu Histórica).
“A universidade argentina é a única produtora dos conhecimentos necessários para que nós, argentinos, tenhamos o futuro que merecemos. Por isso estamos aqui todos juntos. O governo, evidentemente, pretende que isso acabe, pretende jogar fora as conquistas e direitos do povo. A luta vai nos colocar à altura das circunstâncias.”, afirmou Walter Merkis, secretário geral da Federação Argentina de Trabalhadores de Universidades Nacionais (Fatun).
Além de exigir mais fundos para a educação e repudiar o ajuste fiscal imposto pelo FMI, os docentes reivindicam um reajuste salarial de 30% para repor perdas da inflação, porém o governo só oferece 15% em três parcelas. Os estudantes, por sua vez, lutam por bolsas, restaurantes universitários e tarifa livre no transporte público.
Ante a postura intransigente do governo Macri, o conflito já dura mais de um mês, com a paralisação dos docentes e com estudantes ocupando aproximadamente 30 faculdades.
O ministro da fazenda Nicolás Dujovne prepara novas medidas de ajuste fiscal e o povo, em repúdio, se organiza para realizar uma nova greve geral no próximo 25 de setembro.
Foto ilustrativa