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Movimentos populares e ativistas argentinos vêm protestado em Buenos Aires, desde o dia 8 de setembro, por políticas de combate à fome, que tem assolado o país. Os manifestantes estão reagindo contra a dura repressão policial, até mesmo lutando corpo-a-corpo com os agentes. Quatro manifestantes se encontram detidos.
Os manifestantes estão desde o dia 9 acampados na frente do edifício de Desenvolvimento Social, realizando diversos protestos e “panelas populares”, ação de cozinha comunitária com o objetivo de fornecer alimento à população.
As medidas do governo de Mauricio Macri têm sido repudiadas pela grande maioria da população, e ela exige, através dos protestos, que seja aprovado o projeto de lei de emergência alimentar, que pretende aumentar os salários e investimento em “programas sociais”, a fim de combater a grave fome a qual as massas estão submetidas em meio à crise.
Essas manifestações vêm sofrendo forte repressão policial. No dia 11 de setembro, a polícia atacou brutalmente o protesto enquanto os ativistas tentavam atravessar a avenida 9 de Julho, no centro de Buenos Aires. Quatro manifestantes foram detidos e bombas de gás lacrimogêneo foram usadas contra as massas.
Os protestos respondem a crise profunda no país
O governo do reacionário Macri é responsável por uma das piores crises que o país já enfrentou nos últimos tempos.
De acordo com o último relatório publicado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, 32% da população argentina vive abaixo da linha da pobreza. Levando em conta que esses números dizem respeito ao quarto trimestre de 2018, supõe-se que ele tenha aumentado ainda mais.
Além disso, a inflação nos últimos 12 meses foi de 54.4%, influenciando na alta do preço dos alimentos, enquanto o salário complementar social para trabalhadores precários se mantém em 7,5 mil pesos (equivalente a 133 dólares, aproximadamente R$ 530), sendo insuficiente para suprir as necessidades mais básicas do povo, como a alimentação.