“Nós, povos indígenas do Brasil, repudiamos esta fala perversa e mal intencionada, e declaramos que nossos verdadeiros irmãos são os camponeses, os quilombolas e o povo trabalhador brasileiro”
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
No dia 10 de maio, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) emitiu nota de repúdio às declarações de Bolsonaro e em solidariedade à Liga dos Camponeses Pobres.
A organização inicia a nota denunciando o genocídio da Covid-19 promovido pelo governo militar de Bolsonaro e generais, assim como as invasões de terras indígenas e assassinatos promovidas pelo latifúndio. Um dia após a divulgação da nota ocorrem violentas invasões promovidas por garimpeiros ligados ao latifúndio e narcotráfico em Roraima. Ressalta também os direitos dos povos indígenas negados pelo velho Estado.
A Apib afirma que “terroristas são os que promovem o genocídio de mais de 420.000 brasileiros, e não os camponeses e seus movimentos”. A organização alega que ao atacar a LCP como terrorista o governo tenta, além de tentar tirar o foco de seus crimes durante a pandemia, preparar um novo massacre contra as famílias camponesas.
Desmentem a fala de Bolsonaro feita durante a abertura on-line da 86.º Expozebu onde este afirmam que a luta pela terra é um “foco de terrorismo em Rondônia”.
Os indígenas declaram que “A luta pela terra e pelos territórios dos povos indígenas e quilombolas é a legítima reivindicação de milhões de brasileiros e dos povos originários por todos os rincões brasileiros”. Diz ainda que “é a legítima reivindicação da nação para sustar a pilhagem imperial de mineradoras, madeireiras, plantadores de soja e criadores de gado, que fazem terra arrasada da imensurável riqueza das terras brasileiras e de sua natureza”.
Encerram a nota declarando que os verdadeiros irmãos dos povos indígenas do Brasil são os camponeses, os quilombolas e o povo trabalhador brasileiro.
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Foto: Reprodução