No dia 1º de junho, uma operação da Polícia Federal (PF) realizou uma busca na casa de Luciano Cavalcanti, principal assessor de Artur Lira, localizada em Brasília e em outros endereços em Maceió (Alagoas). Durante as buscas, uma montanha de dinheiro que somava R$ 4,4 milhões foi encontrada em um cofre.
Segundo as investigações, o montante tem por origem uma empresa contratada para entregar kits de robótica a uma escola de Alagoas. Recebendo verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em 2022, a empresa não entregou os kits, mas sim repassou valores à políticos. Durante o governo genocida de Jair Bolsonaro, o “orçamento secreto” foi inflado com as verbas da Educação.
Reportagens do monopólio de imprensa indicam que as investigações estavam em curso há um ano e que, seguindo o caminho do dinheiro, chegou-se até um casal responsável por movimentar a verba e também ao nome de Luciano Cavalcanti. A PF afirmou inicialmente que a enorme quantidade de notas, que totalizava R$ 4,4 milhões, estava na casa do assessor de Arthur Lira, mas se corrigiu no fim do dia, afirmando que a verba estava, na verdade, em Maceió.
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Mas não é somente a “confusão” do setor de comunicação da PF que chama atenção. O momento da deflagração da operação é igualmente curioso, no mínimo. No mesmo dia em que o assessor de Lira recebeu os agentes em sua casa, o STF levou a julgamento um caso de corrupção passiva e lavagem de dinheiro de 2012 envolvendo um outro assessor de Arthur Lira. Ao ser encontrado com R$ 102 mil, o assessor afirmou que a verba era do atual presidente da Câmara. Um dia antes, o aspirante a “primeiro-ministro” tupiniquim teve participação chave para a aprovação da MP dos ministérios – questão chave para o governo Lula. Aliás, o governo de Luiz Inácio e Alckimin segue a tradição criminosa do velho Estado brasileiro com a liberação de R$ 1,7 bilhão de “emendas parlamentares” para a aprovação da medida em 30/05.
Após decisão do STF em dezembro de 2022, o “orçamento secreto” foi extinto. Mas, na prática, verbas bilionárias continuam a ser repassadas aos políticos sob outras assinaturas sem transparência alguma. Continua aberto o portão para a roubalheira dos corruptos do Congresso Nacional – que é fichinha frente ao pagamento infame da dívida com os bancos imperialistas que suga cerca de metade do PIB.
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