Durante a noite da última sexta-feira, dia 03 de janeiro, um atirador ainda não identificado realizou um ataque à Aldeia Tekoha Yvy Okaju (antes conhecida como Tekoha Y’Hovy), localizada nas proximidades do Mirante Clube, na Vila Eletrosul, em Guaíra, no Paraná.
As vítimas, de acordo com informações preliminares, são dois homens e duas crianças. Até o que se sabe, um homem foi atingido por um disparo no tórax, enquanto o outro foi atingido no queixo. Já as duas crianças, com idades entre 7 e 12 anos, foram baleadas nas pernas. A princípio, as vítimas foram encaminhadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guaíra para receberem atendimento médico e, após o atendimento na UPA, foram transferidas para hospitais em Toledo-PR.
Lideranças locais afirmam que o ataque se tratou de uma emboscada coordenada, o que corrobora com argumentos apresentados por moradores da região que apontaram indícios de marcas de pneus e pegadas na área, tratando-se, pois, de um possível ataque planejado.
Nos últimos dias, como reportado em matéria anterior, a região tem sido palco de sucessivos episódios de violência contra as comunidades indígenas Avá-Guarani, incluindo incêndios, disparos de armas de fogo e explosões de rojões.
Apesar da gravidade da situação, parte da mídia reacionária insiste em alegar que os ataques que vêm sofrendo os povos Avá-Guarani nestes últimos dias são fruto de “conflitos internos” e que esses indivíduos são na verdade “cidadãos paraguaios se passando por indígenas” e que estariam tentando expandir o crime organizado do Paraguai.
Estas alegações buscam deslegitimar e criminalizar a luta dos povos Avá-Guarani e, mais do que isso, desvinculá-la da justa luta pela terra que a anos vem sido travada pelos povos Avá-Guarani desde sua expulsão de seus territórios para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.