Os camponeses do Acampamento Gedeon José Duque, em Machadinho do Oeste (RO), organizado pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP), estão sob a iminência de um ataque de dezenas de pistoleiros e latifundiários do grupo “Invasão Zero” hoje (09/04).
Os pistoleiros estão armados com pistolas, escopetas e rifles de precisão. Segundo os camponeses, eles estão em mais de 20 caminhonetes e acompanhados de policiais caracterizados e caracterizados. O conflito ainda não estourou, mas mulheres grávidas e com bebês estão “na mira dos fazendeiro e seus capangas”, segundo uma camponesa.
Na semana passada, o mesmo grupo já havia atacado o acampamento, segundo denúncias veiculadas pela LCP e pela Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo).
Segundo os relatos, os camponeses entraram em confronto com as forças latifundiárias e conseguiram repelir o ataque. Dois camponeses foram baleados.
O ataque foi chefiado pelo chefe de pistolagem Gesulino Cesar Travagine Castro, segundo o portal Resistência Camponesa. Gesulino é um bandido notório da região, conhecido por ter participado da “Chacina de Buriti”, que acabou com 6 pessoas mortas por um conflito agrário.
O Acampamento Gedeon José Duque, localizado próximo às áreas Gonçalo e Valdiro, possui em seu interior 120 famílias, que tiveram suas vidas ameaçadas pelas hordas de pistoleiros do infame grupo Invasão Zero. A área ocupada pelos camponeses comporta quatro fazendas em terras públicas que foram griladas e deveriam, segundo a lei do próprio Estado brasileiro, ser destinadas a camponeses sem terra.
Apesar disso, os latifundiários de Rondônia se sentem no direito de armar ostensivamente grupos paramilitares e atacar os camponeses. Junto a eles, o governo do Estado mobiliza a Polícia Militar (PM) e outras forças de repressão para fazer a segurança dos pistoleiros: em 2021 o governador e PM Marcos Rocha (UNIÃO) pediu ao então ministro da Justiça e atual réu por trama golpista, Anderson Torres, para enviar a Força Nacional e o Exército reacionário brasileiro para reprimir os camponeses da região.
No ano passado, os camponeses de Machadinho do Oeste enfrentaram uma série de ataques coordenados entre pistoleiros e policiais. Em março de 2024, um bando de pistoleiros a serviço do latifundiário “Ivo da Ipê”, acobertados pela Polícia Federal, procuraram impor terror e foram repelidos pela autodefesa organizada pela população local.
Os ataques contra os camponeses de Machadinho D’Oeste se somam a outros crimes cometidos por latifundiários contra camponeses e indígenas nas últimas semanas. Na Bahia, camponeses sofreram com ataques sucessivos de latifundiários organizados pelo movimento paramilitar “União Agro Bahia”, dias antes da Polícia Civil realizar uma operação macabra contra os indígenas Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe seguidos de um massacre brutal promovido pela Polícia Civil daquele estado.
No Mato Grosso do Sul (MS), indígenas Guarani-Kaiowá sofreram com incursões covardes do latifúndio. Informações exclusivas de AND apontam que os pistoleiros armaram e financiaram o assassinato de uma família indígena, queimando-os vivos.
Segundo informações, os pistoleiros se intimidaram com a divulgação da notícia pela página oficial da ABRAPO no Instagram, mas seguem mobilizando hordas cada vez mais volumosas e se preparando para uma nova investida contra os campo