Na manhã de terça-feira (15/04), ativistas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sofreram uma tentativa de assassinato durante uma manifestação. Um motorista rompeu o bloqueio, atropelou dois ativistas e fugiu pela contramão. Uma das vítimas, Gideone Sinfrônio de Menezes Filho, de 67 anos, está internado em coma após sofrer um traumatismo craniano.
Outro camponês que foi atropelado, Samuel Scarponi, dirigente estadual do MST, narrou o acontecimento: “O cara tentou jogar por cima da marcha, a gente tentou segurar ele para que não tivesse acidente maior e ele jogou para cima de mim e do outro companheiro. Viu o outro companheiro, acelerou e passou por cima. Foi uma cena muito difícil de ver. O companheiro saiu com a barriga aberta, com fratura no crânio, sangrando. E o cara jogou na outra pista e saiu desembestado”.
A manifestação fez o trajeto da sede da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), na Avenida Abdias de Carvalho, até a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Avenida Rosa e Silva.
O motorista que tentou assassinar os ativistas foi identificado e o carro foi apreendido, entretanto, a Polícia está omitindo o seu nome, além de não dar detalhes sobre como decorre o processo de condenação.
Abril Vermelho
A manifestação dos camponeses em Recife fez parte da Jornada de Lutas em Memória do Massacre de Eldorado dos Carajás, conhecido popularmente como “Abril Vermelho”. Neste mês, o MST já fez 13 ocupações por todo o estado.
O “Abril Vermelho” é defendido pelos camponeses como uma forma de pressionar o governo para fazer a reforma agrária. Já a cúpula do MST usa o mês para tentar disfarçar seu caráter imobilista.
O governo se fez de pouco pressionado esse ano. A gestão de Luiz Inácio não comentou os ataques aos camponeses na marcha e nem outros ataques sofridos por pobres do campo nos últimos meses.