Foto: William Oliveira
Ocorreu, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no dia 25 de outubro – como parte da campanha nacional pela liberdade dos quatro presos políticos do governo Flávio Dino (PCdoB) do Maranhão -, um ato em solidariedade a luta pela terra na Baixada Maranhense. O evento foi realizado no auditório do térreo do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e contou com a participação de diversos movimentos do campo e da cidade, além de estudantes, técnicos e professores da própria Universidade.
A mesa do evento foi mediada por Andrey Vitor, coordenador do Grupo de Estudos Mangue Vermelho, e foi composta pelo advogado popular Iriomar Teixeira; o militante da organização Fóruns e Redes da Cidadania (MA), José Diniz; a Dr Maria José, representando a Associação Brasileira de Advogados do Povo (Abrapo); o companheiro PJ, da Liga dos Camponeses Pobres (LCP); e a companheira Cláudia, do Movimento Luta de Bairros (MLB).
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O ato denunciou a prisão política dos camponeses maranhenses que estavam defendendo as terras públicas da comunidade tradicional de Flexeiras-Arari. Eles foram presos na madrugada do dia 13/09 por sete viaturas da Polícia Militar (PM) e um carro não identificado, que entraram na comunidade com seus métodos de ameaça e terror.
Na fala do advogado Iriomar Texeira foi relatado todo processo de perseguição à luta camponesa na Baixada Maranhense. Ele deixou deixou clara a podridão e o conluio entre os três poderes do velho Estado a serviço do latifúndio. Apesar de ser ameaçado por latifundiários e de estar sob risco de perder sua carteira da OAB – por pura perseguição dos membros da entidade -, o advogado Iriomar reafirmou seu compromisso na luta. Já o camponês e ex-preso político José Diniz, do Fóruns e Redes, relatou como é a vida e a luta pela terra no município de Arari e falou sobre sua experiência dentro da prisão. “Continuaremos derrubando as cercas, continuaremos lutando pelos campos livres”, exclamou.
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Também se destacou a fala da Dr. Maria José, que fez um breve histórico das lutas do povo pernambucano e afirmou a necessidade de unificação dos movimentos combativos contra o aparelho repressivo do velho Estado. A Liga dos Camponeses Pobres fez uma bela exposição sobre a conjuntura da luta pela terra e reafirmou a necessidade da Revolução Agrária como contraofensiva aos crimes do latifúndio semifeudal. Já a companheira Cláudia, do MLB, fez uma calorosa e muito aplaudida fala sobre as semelhanças entre a luta do Fóruns e Redes e a luta do seu movimento, que briga pela reforma urbana. “Lá eles derrubam as cercas, aqui nós queimamos pneus, somos irmãos de luta!”, disse.
Foto: William Oliveira
Todo evento foi filmado e documentado com o apoio do Diretório Acadêmico do curso de Cinema da UFPE. O material será disponível em breve. As intervenções da plateia foram de grande importância. A recém-eleita gestão do Diretório Central de Estudantes da UFPE fez uma fala de apoio e solidariedade aos militantes dos Fóruns e Redes. Prestaram a mesma solidariedade estudantes da União da Juventude Comunista (UJC) e do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR). Tivemos apoio, também, durante a mobilização para o ato, de diversos diretórios acadêmicos, como o de Ciências Sociais, Psicologia e Serviço Social. Também prestou apoio a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), entidade que representa todos os estudantes universitários do estado.
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A atividade foi enérgica, com diversas palavras de ordem clamando pela liberdade dos camponeses, pela derrubada das cercas e pelo fim do latifúndio. No final todos se reuniram cantando canções camponesas da luta pela terra e gritando as palavras de ordem Liberdade já para os nossos companheiros! e Preso políticos, liberdade já! lutar não é crime, vocês vão nos pagar!
Os estudantes e militantes que estiveram presentes no ato prestaram diversos elogios e saudações. O clima foi de esperança e firmeza. Como disseram os camponeses presentes: “Lutaremos até o fim!”.