Aty Guasu denuncia morte de adolescente Guarani Kaiowá

A gravidade dos ataques às comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul revela como o governo federal pretende lidar com a questão indígena. A Aty Guasu denuncia os assassinatos e ataques contra os Guarani-Kaiowá na TI Nhanderu, no qual milícias rurais de extrema-direita tem atuado e exige respostas do governo federal.

Aty Guasu denuncia morte de adolescente Guarani Kaiowá

A gravidade dos ataques às comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul revela como o governo federal pretende lidar com a questão indígena. A Aty Guasu denuncia os assassinatos e ataques contra os Guarani-Kaiowá na TI Nhanderu, no qual milícias rurais de extrema-direita tem atuado e exige respostas do governo federal.

Segundo denúncias da Aty Guasu, a Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani, o adolescente identificado como Fred Morilha, de 16 anos, foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (23). Seu corpo foi encontrado na rodovia MS-384, próximo de Aldeia Campestre, parte da TI Nhanderu Marangatu no município de Antônio João. O caso foi registrado como “morte a esclarecer” na Delegacia de Polícia de Antônio João.

A Aty Guasu denuncia os assassinatos e ataques contra os Guarani-Kaiowá na TI Nhanderu, no qual milícias rurais de extrema-direita tem atuado. Em carta publicada nas redes sociais, a Organização da Juventude Guarani Kaiowá denuncia as violações de direitos humanos contra jovens indígenas Kaiowá e Guarani, exigindo que o estado brasileiro e organismos internacionais tomem as providências para cessar os ataques.

Latifúndio ataca Guarani-Kaiowás com auxílio de forças oficiais de repressão

Este é o segundo assassinato de um jovem indígena Guarani Kaiowá em menos de uma semana. No dia 18 de setembro, o indígena Neri Kaiowá foi assassinado a tiros por tropas da polícia militar em uma operação na Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu. A polícia militar estava na área de retomada a pedido de Luana Ruiz (PL), uma das principais articuladoras do latifúndio no MS e assessora especial da Casa Civil do Governo Estadual do Mato Grosso do Sul.

Guarani Kaiowá é executado em ação da PM em retomada no Mato Grosso do Sul – A Nova Democracia
A polícia militar estava no local a pedido de Luana Ruiz (PL), uma das principais articuladoras do latifúndio no MS, assessora especial da Casa Civil do Governo Estadual do Mato Grosso do Sul. Luana é filha de Roseli Ruiz e Pio Queiroz Silva, proprietários da Fazenda Barra, onde ocorre a retomada dos Guarani Kaiowá.
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Em 21 de setembro, o Repórter Brasil revelou que a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul categorizou a morte de Neri como resultado de uma troca de tiros. Os indígenas e ativistas presentes na área de retomada desmentiram as alegações da polícia. Em nota oficial à imprensa, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul afirmou que “o óbito ocorreu depois de um confronto e troca de tiros com a Polícia Militar” e que “foram apreendidas armas de fogo com o grupo de indígenas que entrou em confronto com os policiais militares”. No entanto, nenhuma comprovação para tais alegações foi apresentada.

Em agosto, um ataque de pistoleiros à TI Panambi Lagoa Rica, em Douradina, deixou ao menos 11 Guarani Kaiowá feridos e com traumas decorrentes dos ataques terroristas de latifundiários de extrema-direita. Até o momento, e após inúmeros ataques, o governo federal não deu nenhum esclarecimento sobre os ataques.

Final de semana de terror latifundiário em Douradina termina com 10 indígenas baleados por pistoleiros – A Nova Democracia
Latifundiários e pistoleiros deixaram, nos dias 4 e 5 de agosto, 10 indígenas feridos – três deles em estado grave – após uma série de ataques contra as
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A gravidade dos ataques às comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul revela como o governo federal pretende lidar com a questão indígena. Em nota, A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) manifestou “seu profundo pesar e indignação” diante dos ataques sofridos pelos Guarani Kaiowá na TI Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João (MS). Questionados pela redação de AND sobre quais medidas seriam tomadas pelo governo federal para conter a ação dos latifundiários na região, a instituição se limitou a replicar a nota já publicada. Na nota, a única medida ressaltada é “a solicitação da presença constante da Força Nacional na área”, como encaminhamento urgente. O AND também entrou em contato com o Ministério dos Povos Indígenas, sem nenhum retorno até o fechamento desta reportagem.

Em reportagem exclusiva, o AND já havia revelado que a atuação da Força Nacional no MS para ‘conter’ conflitos agrários custou mais de R$ 5 milhões desde que Luiz Inácio enviou as tropas para a região. O resultado, longe de ser a proteção dos povos indígenas, foi a irrisória apreensão de 2 armas e 7 munições entre fevereiro de 2023 e julho de 2024, para além de um carregamento de cigarros. Quando não saem das TIs na iminência de um ataque do latifúndio, a Força Nacional de Segurança, assim como PMMS, comprovadamente atua como linha auxiliar na repressão, ainda que de maneira passiva.

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