Os 26 maiores bilionários do mundo acumularam juntos mais de 1,4 trilhão de dólares no ano de 2018, o equivalente à metade da riqueza mundial, enquanto 3,8 bilhões de pessoas dividem a outra metade. Os dados são da Oxfam Internacional, em relatório divulgado no dia 21 de janeiro.

Além do elevadíssimo grau de concentração de riqueza em um punhado de multibilionários que vivem sem trabalhar, apenas de renda financeira, o relatório apontou ainda que a riqueza dos bilionários do planeta, que chegam a ser apenas 2,2 mil indivíduos (num planeta com 7 bilhões de pessoas), também cresceu em 12% (o equivalente a 2,5 bilhões de dólares por dia). Curiosamente, no mesmo período, a parte da riqueza mundial que fica com a parcela mais pobre diminuiu em 11%, mostrando a relação entre o crescimento da extrema pobreza com a abundante riqueza.

Empobrecimento do povo no Brasil

O Brasil ostentou, em 2018, apenas 42 bilionários cuja riqueza total se acumula no absurdo valor de 176,4 bilhões de dólares. Enquanto isso, no período de 2016 a 2017, 54,8 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha da pobreza traçada pelo Banco Mundial, ou seja, com uma renda domiciliar por pessoa abaixo de R$ 406 por mês.

Segundo a Oxfam Brasil, em relatório divulgado no dia 26 de novembro de 2018, o Brasil é hoje o 9º país mais desigual do mundo. Em 2017, ainda segundo a ONG, a renda média dos mais pobres foi equivalente a R$ 787,69, um valor, portanto, menor que o salário mínimo, ilustrando o crescente empobrecimento dos trabalhadores.

Segundo o analista da Coordenação de População e Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, André Simões, em entrevista ao O Estado de S. Paulo, o aumento da pobreza no Brasil está ligado à precarização do mercado de trabalho, ou seja, ao desemprego, baixos salários e aos cortes de direitos trabalhistas e previdenciários. Estes também são alguns dos motivos que fizeram crescer a fortuna dos bilionários.