O complexo militar-industrial imperialista do Estados Unidos (EUA), o Pentágono, está discutindo se a presença de tropas no Oriente Médio está sendo motivo para reduzir ou aumentar as tensões no Oriente Médio, segundo o jornal monopolista New York Times.
A discussão ocorre em meio ao aumento da presença ianque na região e, também, após o ataque retaliatório do Irã a Israel no dia 1° de outubro. Essa semana, o Pentágono anunciou planos de enviar mais “milhares” de tropas e dobrar a presença aérea no Oriente Médio.
A justificativa dos representantes do imperialismo norte-americano, como o presidente Joseph Biden, é de “proteger” Israel e as tropas ianques já instaladas no Oriente Médio. Na verdade, é um meio de garantir os interesses econômicos e políticos do EUA naquela parte do mundo, a exemplo da exploração das riquezas naturais dos países lacaios e domínio sobre importantes pontos militares para a dominação mundial.
A dúvida do Pentágono não ocorre à toa. Desde o lançamento da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, a condenação ao apoio ianque a Israel aumentou. Tanto o apoio do EUA ao regime sionista quanto a presença norte-americana no Oriente Médio, após anos de guerras de agressão contra países como o Iraque e Afeganistão – todas com um longo histórico de crimes de guerra e outras violações – são motivo de revolta por parte dos povos árabes contra o imperialismo norte-americano. A chegada de novas tropas, portanto, pode servir como elemento inflamatório, e não dissuasor.
Desde outubro de 2023, bases, instalações e navios norte-americanos também foram atacados em pontos como o Mar Vermelho, onde o movimento Ansarallah atua, e no Iraque, pelos combatentes da Resistência.
A dúvida fica ainda maior nos novos momentos da guerra em curso. Enquanto o imperialismo ianque tentou resolver a situação de Gaza sem regionalizar em demasia o conflito – para não prejudicar as estratégias de atuação que tem em outras partes do mundo, como a Ásia –, o regime sionista de Netanyahu insistiu em deflagrar a guerra regional. Essa semana, o conflito com o Líbano, vigente desde o dia 8 de outubro, escalou, com incursões terrestres por parte de Israel no país levantino respondidas com operações do Hezbollah que mataram dezenas de soldados invasores.
Dessa forma, o EUA não pode simplesmente reduzir seus efetivos na região, pelo medo de que o aumento das tensões possam ameaçar o nível de domínio que tem no Oriente Médio. Ao mesmo tempo, se elevar demais a presença, tende a inflamar a guerra regional, algo que vai no sentido contrário de seus interesses.
Independente do que se resolva, não há solução fácil ou caminho fortuito ao imperialismo norte-americano, desbaratado em meio à crise geral, disputas com outras potências e superpotências imperialistas e ao levante irrefreável dos povos oprimidos do mundo. São êxitos inquestionáveis da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, que completará 1 ano no início da próxima semana.