No dia 11/09, ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia um ato-político em apoio aos 23 manifestantes das jornadas de junho de 2013 e dos protestos contra a Copa da Fifa em 2014, recentemente condenados pelo judiciário.
O ato-político foi organizado pelo Comitê de Apoio do jornal A Nova Democracia e pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), contando com o apoio da professora Sara Cortes e com a presença de aproximadamente 40 estudantes de Direito. A sala foi ornamentada com cartazes de solidariedade ao Dr. Sernas – advogado do povo desaparecido no México por sua atuação em defesa do povo –, ao prof. GN Saibaba – democrata indiano preso há meses por seu destacado papel em defesa dos direitos do povo e contra a repressão – e ao Presidente Gonzalo – chefe do Partido Comunista do Peru e da Revolução Peruana, preso desde 1992 e mantido incomunicável sob leis inválidas e oriundas de um “autogolpe” de Estado.
A palestra começou com uma explanação do advogado Vinicius Romão sobre os abusos e ilegalidades do juiz Flávio Itabaiana na sentença condenatória aos 23 manifestantes. Também foi exibido o documentário Um Brasil sem direitos, produzido em 2014.
Um dos palestrantes denunciou que essa condenação revela o caráter do velho Estado brasileiro, sendo este um Estado que não serve aos interesses das classes populares, que se vale tanto de aspectos legais e institucionais como também de mecanismos não institucionais – como as milícias, grampos telefônicos, pistolagem etc. – para perseguir e reprimir ao povo.
Diante da crise econômica mundial – prosseguiu – se desenvolve no Brasil uma crise política, na qual se lança sobre as massas a mais pesada exploração e privação de direitos básicos; as massas, por sua vez, respondem com a justa rebelião e, o velho e podre Estado, não conseguindo apaziguar mais os conflitos, lança sua pesada repressão e põe em marcha uma intervenção militar como parte do plano de golpe militar contrarrevolucionário preventivo. Isso evidencia – concluiu – evidenciando mais ainda sua demagogia de “Estado democrático” em bancarrota.
Ao término do evento, foram abertas intervenções para tirar dúvidas, todas muito no sentido de buscar soluções e formas de se organizar para as lutas. Em uma das respostas, se frisou que tais perseguições sempre se focam em alguns grupos ou lideranças específicas, como parte de uma estratégia da repressão para atingir ideologicamente com o pessimismo, passando medo para minar a capacidade dos movimentos que apresentem alguma ameaça, entretanto, a melhor forma para blindar-se da repressão é a organização.