Manifestação contra os despejos realizada em frente ao Fórum de Jeremoabo. Foto: MST
No dia 5 de dezembro, o acampamento Belo Monte, localizado entre as cidades de Jeremoabo e Canudos na região Nordeste da Bahia, foi invadido por viaturas da Polícia Militar com o objetivo de realizar um despejo.
O acampamento que existe desde 2018, é resultado da ocupação da chamada Fazenda Tupipan, área abandonada durante anos, sem cumprir a função social, e com fortes indícios de se tratar de grilagem de terras.
O mandado foi emitido a cerca de um mês, desde então diversas ações vêm sendo realizadas na região para conscientizar, mobilizar e apresentar aos moradores os frutos da luta pela terra na região. No dia 30 de novembro, mais de 15 mil quilos de alimentos foram entregues à população e ao asilo Vicentino, também localizado na cidade, que recebeu mais de oito mil quilos.
Decorrente dessa ação, foi realizada no dia 03 de dezembro uma grande manifestação de denúncia em frente ao Fórum Doutor Jonas de Carvalho Nunes que contou com a presença dos moradores de Jeremoabo.
O acampamento foi invadido, também esse ano, por pistoleiros fortemente armados. Durante o ocorrido, as famílias foram alvejadas por tiros de pistola, escopeta e foi entregue um falso documento de reintegração de posse.
Em menos de um mês, esta é a 4º área notificada com uma liminar de despejo só no Estado da Bahia. A área tem apenas um ano e sete meses de existência, abriga 220 famílias e já produz mais de 20 mil quilos de alimentos por semana.
Oportunismo desmascarado
O governo do estado da Bahia, gerenciado por Rui Costa/PT, promoveu o despejo de cerca de 700 famílias só nos últimos 2 meses. Atualmente existem cinco ameaças de despejos vigentes no estado.
“Ruy Costa foi eleito com o discurso de sempre estar a favor do povo, de contribuir com as causas sociais e fortalecer a cultura e o trabalho do povo do campo. Mas nesses últimos dias temos visto um conjunto de medidas contra o povo do campo, em especial às pessoas do Sem Terra, que estão acampadas e assentadas”, afirma Antônio Marcos de Jesus, liderança dos camponeses, para o portal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.