Railan Santos da Silva foi assassinado quando assistia a uma partida de futebol, após policiais chegarem no local atirando. Foto: Arquivo Pessoal
Na manhã do dia 08 de novembro, uma criança morreu após ser atingida por um disparo no peito durante um tiroteio provocado pela Polícia Militar (PM), no bairro do Curuzu, em Salvador. Railan Santos da Silva, de 7 anos, assistia a uma partida de futebol quando os policiais chegaram ao local já efetuando disparos. A criança chegou a ser levada por moradores para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) San Martin, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo relatos de familiares recolhidos no sepultamento no dia 09/11 pelo Correio 24 horas, Railan não é o primeiro a ter sua vida ceifada por “ignorantes com uma arma na mão”, conforme declarou o irmão da vítima, que preferiu não se identificar. A tia de Railan, Maria Aparecida Alves de Lima, expôs o abuso de poder da PM que já entrou no bairro com claro objetivo de matar: “Ninguém sabia o que estava acontecendo. A polícia entrou atirando. Não foi para o alto, foi para matar”.
Ainda segundo a tia, os PMs tentaram impedir que moradores prestassem socorro à Railan, mas um morador que não se deixou intimidar pela polícia, levou-o de moto até a UPA San Martin. “Pode atirar nas minhas costas, mas eu vou prestar socorro”, teria dito o morador, de acordo com a tia. Além disso, Maria Aparecida também relatou que os policiais recolheram as cápsulas das balas disparadas no local.
Railan que sempre acompanhava as partidas de futebol do bairro, sonhava em ser jogador. “Como alguém pode dar um tiro nas costas de meu filho? Ele era uma criança inocente. Isso é muita covardia, muita covardia”, lamentou Fernanda Oliveira, mãe de Railan.