O Deputado Estadual da Bahia, Cristian Escolano de Almeida (Patriota), é investigado por liderar um grupo paramilitar atuante em Feira de Santana e cidades vizinhas, na Bahia. A investigação aponta que o grupo paramilitar operava a partir dos crimes de agiotagem, lavagem de dinheiro da máfia do jogo do bicho, corrupção de menores e receptação qualificada. O grupo conta com participação destacada de policiais militares. O Deputado, mais conhecido como “Binho Galinha”, é também vice-líder do Bloco Parlamentar MDB/PSB/Patriota/PSC/Avanta, base de apoio do atual governo de Jerônimo Rodrigues (PT).
Ao todo, mais 15 pessoas estão sendo investigadas por envolvimento no esquema. No dia 7 de dezembro, seis dos acusados foram presos, incluindo os policiais militares Jackson Macedo, Roque de Jesus Carvalho e Josenilson Souza de Conceição que operavam nas operações de cobrança, por meio da violência e intimidação, das massas que apostavam nos jogos de azar ou eram forçadas a pegar empréstimos com agiotas. Apesar de três PMs terem sido presos, as investigações apontam para um número ainda maior de policiais, visto que somente no celular do Deputado haviam ao menos 120 contatos de policiais militares e civis. Fora isso, também foram presos o filho de ‘Binho Galinha’, João Guilherme, e a esposa do Deputado, Mayana Cerqueira da Silva.
De acordo com as investigações, a loja de autopeças Tend Tudo, peça chave do esquema a qual o deputado é sócio desde 2006, chegou a receber R$ 40,7 milhões sem lastro suficiente de notas fiscais emitidas. As investigações do Ministério Público da Bahia apontam ainda que, somente na última década, a atuação do grupo já movimentou mais de 100 milhões em contas bancárias, lavado por meio de “empresas constituídas com o intuito de garantir a aparência de licitude aos recursos movimentados”. No dia 7 de dezembro, foram apreendidos nos estabelecimentos comerciais do deputado e em suas propriedades dinheiro, armas, munições, peças de carros roubados, além de cocaína encontrada na casa de outro investigado.
Não é a primeira vez que ‘Binho Galinha’ é acusado. Em 2011 o deputado foi preso portando uma pistola e acusado pelo envolvimento em uma “quadrilha” especializada no roubo de automóveis e caminhões. Também não é a primeira vez que investigações revelam a participação de policiais militares – ou mesmo de outras polícias – em grupos paramilitares, prova do vínculo umbilical entre as instituições repressivas e os grupos paramilitares que agem como força auxiliar de repressão do velho Estado contra as massas.