Marcelo Batista Silva, empresário e dono de ferro-velho nesta segunda-feira foi preso preventivamente acusado de sequestro na última segunda-feira (11/11). Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, ambos funcionários de Marcelo, estavam desaparecidos há uma semana após saírem de casa a ir ao local. O empresário acusado de sequestro já foi denunciado por tortura em 2017.
Após buscas da polícia e bombeiros na última sexta-feira (08/11) pelos dois funcionários, foi revistado o local onde ambos trabalhavam como diaristas para Marcelo Batista. A suspeita do sequestro ocorreu devido ao fato que Marcelo acusou ambos os funcionários de terem roubado um gerador e cometido outros furtos dias antes do desaparecimento.
Ambas as famílias veemente negam que os desaparecidos sejam ladrões e solicitaram imagens das câmeras de segurança do local. Os familiares não foram autorizados a adentrar no terreno.
Em 2018 Marcelo foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por “constranger vítimas mediante emprego de violência e grave ameaça para obter informações sobre suposto furto”, o que se tratou, na palavra do próprio ministério: “Marcelo trancou um dos funcionários nos galpões da empresa, algemando-o. Após confinar a vítima, o denunciado começou a agredi-la proferindo ameaças e retendo seus documentos pessoais. Registra-se que, durante a ação, o autor empreendeu violência física e psicológica, torturando-a para obter informações acerca do sumiço de barras de cobre de propriedade da empresa.”
A Mãe de Paulo Daniel, um dos desaparecidos, depôs que o proprietário agredia os funcionários colocando sua mão na prensa, que ele batia de pau, algo confirmado por vários ex-funcionários.
A impunidade por sete anos de Marcelo e as condições ultrajantes de trabalho, comuns por todo o País, demostram as condições degradantes dos trabalhadores que estão na informalidade.