BA: Evento na UFBA exalta luta pela terra e a liderança quilombola Bernadete Pacífico

Ato Político na UFBA denunciou a atuação da extrema-direita armada no campo, rememorando a liderança Bernadete Pacífico e o crescimento da luta pela terra no estado.

BA: Evento na UFBA exalta luta pela terra e a liderança quilombola Bernadete Pacífico

Ato Político na UFBA denunciou a atuação da extrema-direita armada no campo, rememorando a liderança Bernadete Pacífico e o crescimento da luta pela terra no estado.

Um evento realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA) no dia 22 de agosto condenou o assassinato da liderança quilombola Mãe Bernadete, assassinada no ano de 2023, e exaltou a luta pela terra no estado. Cerca de 50 pessoas participaram do evento, realizado no Instituto de Geociências da UFBA e com presença de camponeses e ativistas, apesar do clima de fim de período que normalmente desmobiliza os estudantes, concentrados nos exames finais do semestre.

O evento teve o título “Um ano do assassinato de Mãe Bernadete e a luta pela terra na Bahia”. A mesa de intervenções foi presidida por um representante do Comitê de Apoio ao Acampamento Mãe Bernadete (CAAMB) e contou com a presença de uma delegação representando o Acampamento Mãe Bernadete, o membro do Movimento pela soberania Popular na Mineração (MAM), Lucas Zenha, e do dirigente da Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade – Minas Gerais (FNL – MG, Geraldo Pires).

Nas paredes do salão, uma faixa foi pendurada na parede com a frase “DE NORTE A SUL DO BRASIL: MÃE BERNADETE VIVE! VIVA A LUTA PELA TERRA!”, acompanhada da bandeira da Palestina e pôsteres em exaltação da Heroica Resistência Camponesa de Corumbiara e dos mártires da luta pela terra. Em um canto do auditório, ativistas do Comitê de Apoio ao Jornal de Salvador montaram uma banquinha com livros, calendários e edições novas de AND.

A líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico foi assassinada com 25 tiros dentro da sua casa por capangas a mando do latifúndio em uma tentativa de tentar amedrontar as lideranças da região metropolitana de Salvador. No evento, os presentes deixaram claro que a luta pela terra segue viva.

Os palestrantes denunciaram a vil atuação do latifúndio que, organizado sob movimentos armados como o ‘Invasão Zero’, amparado pela pistolagem privada e das polícias civil e militar e com a conivência e participação ativa dos governos federal e estadual, segue tentando em vão frear a luta dos povos do campo por suas terras. Eles afirmaram também que foram esses grupos que assassinaram não só a Mãe Bernadete, mas também outras lideranças como a indígena Nega Pataxó. Foram também expostas as atuações armadas da mineradora Calsete contra os camponeses do Acampamento Mãe Bernadete.

A representação do Acampamento Mãe Bernadete destacou que, convenientemente, as investigações sobre o assassinato de Mãe Bernadete se “contentaram” em prender somente os seus executores, enquanto ignora os interesses beneficiados com seu assassinato. Além disso, os representantes apontaram o caminho da luta combativa como único meio para barrar a ascensão da extrema-direita armada no campo.

A intervenção exaltou também o dirigente camponês revolucionário e herói do povo brasileiro Cleomar Rodrigues de Almeida que, em outubro deste ano, completará 10 anos do seu assassinato. A intervenção terminou com um grito de ordem chamado pelos representantes e seguido pelos presentes: “É TERRA! TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA! VIVA AGORA E JÁ A REVOLUÇÃO AGRÁRIA!”.

Com salvas de palmas dadas a cada relato e denúncia feita pelos convidados da mesa e na entoação das palavras de ordem em apoio à luta pela terra, era palpável o nível do entusiasmo dos presentes, fato que eleva a novos níveis o prestígio e penetração da solidariedade à luta pela terra na UFBA.

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