BA: Familiares bloqueiam avenida principal após criança de 5 anos ser baleada pela PM

Moradores do bairro de Saramandaia, em Salvador, bloquearam uma das principais avenidas da cidade após uma criança de 5 anos ter sido baleada pela Polícia Militar (PM).
Familiares e moradores de comunidade bloqueiam avenida após criança de 5 anos ser baleada por PM. Foto: Reprodução/ TV Bahia
Familiares e moradores de comunidade bloqueiam avenida após criança de 5 anos ser baleada por PM. Foto: Reprodução/ TV Bahia
Familiares e moradores de comunidade bloqueiam avenida após criança de 5 anos ser baleada por PM. Foto: Reprodução/ TV Bahia

BA: Familiares bloqueiam avenida principal após criança de 5 anos ser baleada pela PM

Moradores do bairro de Saramandaia, em Salvador, bloquearam uma das principais avenidas da cidade após uma criança de 5 anos ter sido baleada pela Polícia Militar (PM).

Moradores do bairro de Saramandaia, em Salvador, bloquearam uma das principais avenidas da cidade após uma criança de 5 anos ter sido baleada pela Polícia Militar (PM). A  avenida ACM, no dia 22 de março, ficou bloqueada por horas por conta do protesto. O pai da criança vítima do disparo pelo agente militar denunciou que a polícia já chegou atirando na comunidade, e que seu filho foi baleado em pleno dia de aniversário quando estava brincando na rua.

Os moradores do bairro, revoltados, utilizaram pneus em chamas para bloquear a via. Eles relatam que os policiais chegaram atirando durante a tarde, cerca de 16h, em pleno feriado. Outra criança teve sua bermuda perfurada por disparos, que não chegaram a atingi-lo. Os manifestantes denunciam, ainda, que os policiais recolheram as cápsulas das balas após o crime.

Um morador, em entrevista à TV Bahia, declarou: “Estamos cansados da opressão da Polícia Militar no bairro de Saramandaia. Não é a primeira vez que estamos aqui e fechamos as vias de trânsito. Nós somos agredidos, nós somos oprimidos, eles entram nas casas de mães de família. Nós queremos justiça!”.

Como sempre, a versão contada pela 1ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), responsável pelo crime, é de que havia um “confronto entre criminosos” no local, o que as massas negam categoricamente.

Moradores se rebelam após disparo da PM contra criança em Salvador. Foto: Reprodução/ TV Bahia

Povo se rebela contra repressão policial

Na capital do estado da Bahia, em Salvador, tem sido recorrente crianças e moradores sendo baleados e assassinados pela PM do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que entra nas comunidades em horário de entrada e saída da escola ou de trabalho, assim como nos momentos de lazer dos moradores, atirando contra qualquer um que se encontre na rua Contra isso, as manifestações de moradores, amigos e familiares são cada vez mais frequentes.

No dia 14/04, um trabalhador e estudante, Igor Santos, foi assassinado por policiais militares enquanto voltava da faculdade onde cursava ciências contábeis. O caso aconteceu no bairro do Costa Azul, em Salvador. Ainda no mesmo dia do crime contra o povo, seus familiares realizaram dois protestos na cidade.

Nessa ação, a PM assassinou outro homem, declarou os dois como suspeitos e afirmou que eles carregavam revólver, pistola, cocaína e outros ilícitos. Os amigos e familiares das vítimas denunciam que tudo isso era flagrante forjado.

Já no dia 31 de março, uma criança de seis anos foi baleada no braço, dentro de casa, durante uma operação policial no bairro de Tancredo Neves, em Salvador. Os moradores da comunidade também realizaram um protesto e fecharam vias do bairro na ocasião.

Terrorismo de Estado

Como forma de controlar a pobreza e cercar o povo pobre, o velho Estado brasileiro promove cada vez mais a repressão policial em todo o Brasil. Isso aumenta ano a ano, conforme a crise econômica e política se agrava mais, e consequentemente a necessidade das massas lutarem pelos seus direitos mais básicos.

No ano de 2015 para 2016, o aumento foi de 26,8%, totalizando 4.222 pessoas mortas por policiais no ano de 2016. De 2016 para 2017, houve um novo aumento de 23,8%, totalizando 5.225 pessoas assassinadas. Já no ano de 2020, ano mais duro de crise econômica durante a pandemia da Covid-19, a violência policial atingiu o seu auge: foram 6.424 pessoas assassinadas pela polícia.

A repressão policial, entretanto, apenas gera mais revolta no povo, que já tem seus direitos à educação, moradia, emprego digno e à saúde negados. Só faz acrescentar mais lenha na fogueira da rebelião popular, ao invés de conseguir cumprir com seu objetivo de apagá-la.

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