No último domingo, dia 6, o charlatão e fantoche de ACM Neto, Bruno Reis, foi reeleito, sendo aclamado pelo circo eleitoral e apadrinhado pela oligarquia carlista que controla a Rede Bahia (Globo). Sua vitória, entretanto, é diminuta frente a 600 mil boicotes, que revelam a insatisfação popular frente à farsa eleitoral.
Não restavam dúvidas que o “coronelismo carlista” já tinha apontado seu vencedor em Salvador, especialmente quando se uniu às forças do bolsonarismo. O prefeito que esbanjou bilhões em propaganda, realizou seu “elefante branco” do BRT com suspeitas de superfaturamento de R$ 54 milhões e sucedeu ACM Neto que enriqueceu em 5.000% em seus 15 anos na política baiana, com empresas ligadas ao mesmo faturando R$ 715 milhões em Salvador, já havia seu “esquema” montado e os bolsos cheios para garantir a vitória.
O seu grande projeto do BRT, que foi investigado pelo MPF (Ministério Público Federal) e MPE (Ministério Público Estadual), foi um grande fracasso. As tarifas de ônibus aumentaram para R$ 5,20, enquanto a frota continuou precarizada, com salários cada vez piores para motoristas e cobradores e condições piores ainda para passageiros na capital baiana. Na câmara municipal, a pauta do Passe Livre foi negligenciada, apesar de mais da metade da população usufruir do transporte público.
Junto com as dezenas de protestos, a insatisfação e o caos que atravessa a capital baiana, fica a pergunta no ar, como não houve sequer um segundo turno? A resposta é simples. A “oposição”, como se colocou, por outro lado, também está extremamente enfraquecida e dividida. O governo de Jerônimo Rodrigues, como foi denunciado incessantemente por todos os ativistas honestos e povos que lutam por seus direitos e sua terra, está sendo conivente com o genocídio, não só contra os pretos e pobres nas favelas, mas também contra os sem-terra, os indígenas e os quilombolas no campo.
São incontáveis os casos de ações da Polícia Militar e de outras forças de segurança do Estado da Bahia que foram diretamente envolvidas ou coniventes com a chacina nas favelas e no interior. Além, é claro, do latifúndio, com o movimento Invasão Zero (um grupo paramilitar bolsonarista, que tem seu centro na Bahia), que tem ceifado a vida de lideranças camponeses, quilombolas e indígenas.
Para as siglas mais à direita, como MDB, PSD e outros, nada surpreende. O rechaço da população diante Geraldo Júnior e de alguns elementos internos do próprio PT e aliados do apoio ao MDB causaram um “racha”, que dividiu os candidatos da oposição, entre muitos que depositaram seu voto em Geraldo apenas por seu apoio por Lula e outros que apoiaram Kleber Rosa por suas críticas ao Carlismo, onde Rosa apontava vários problemas críticos na cidade, porém, fracassava em apresentar soluções concretas, reduzindo os programas eleitorais e “debates” para acusações e propostas vazias.
Diante do enorme boicote, que manteve quase os mesmos números da pandemia, a estrutura da Velha Política soteropolitana escancara mais suas rachaduras.