No dia 20 de dezembro um forte temporal atingiu a cidade de Salvador e deixou um rastro de destruição por toda capital baiana, causando alagamentos, apagões e obstrução de várias vias. No Corredor da Vitória, a tempestade atingiu a Residência Universitária 1 (R1) da UFBA, derrubando parte do teto do último andar e inundando o local.
Em torno de 40 estudantes que residiam na R1 foram desalojados pelas consequências da falta de estrutura do casarão, sendo que 11 destes estavam alocados no último andar e foram diretamente afetados com a inundação, tendo seus pertences comprometidos. A tempestade também gerou uma infiltração no solo e consequentes riscos para a infraestrutura do casarão. Os residentes foram realojados para uma pousada pela Universidade enquanto aguardam a conclusão da reforma do casarão.
O desastre que acometeu a R1 da UFBA é consequência do sucateamento da Universidades públicas e, especificamente, da assistência estudantil, que, desde os últimos anos, vem sendo denunciado em diversas oportunidades pelos moradores das residências universitárias da UFBA. A Reforma do R1, prometida desde 2019, não foi realizada e o casarão ainda possui janelas quebradas, mofo em vários cômodos, carência de reposição de móveis quebrados, vigas à mostra e dentre outras claras demonstrações da violação do direito patente à moradia digna dos estudantes.
Novos ataques a educação
Mesmo em meio a situação calamitosa em que se encontram as universidades públicas, o Congresso Nacional no dia 22 de Dezembro divulgou a aprovação do Projeto da Lei Orçamentária (PLOA) de 2024, apresentando uma redução de R$ 310,4 milhões no orçamento das universidades em relação ao ano de 2023, indicativo da continuidade do sucateamento da Universidade Pública e de que sua imperativa recomposição orçamentária seguirá fora da lista de prioridades do atual governo.