Operários da Ford realizaram mais um ato contra o fechamento da fábrica em Camaçari na manhã de 21 de janeiro. A série de protestos começou desde quando a transnacional anunciou, no dia 11 do mesmo mês, que encerraria suas atividades no Brasil.
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Aproximadamente 2 mil funcionários participaram do protesto | Foto: divulgação
Em ato simbólico, os trabalhadores tiraram os uniformes, nos quais escreveram os nomes de todos os familiares que serão afetados com o desemprego, e os penduraram no alambrado que contorna a sede da fábrica.
A montadora alega que cinco mil empregados serão afetados. Contudo, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, Júlio Bonfim, contesta o número, afirmando que o impacto real da perda será de 12 mil trabalhadores diretos. Considerando também os indiretos, cerca de 60 mil pessoas sairão prejudicadas.
O setor automobilístico é um dos mais afetados pela crise geral dos monopólios. O caráter semifeudal do Brasil necessariamente o leva a sofrer um processo de desindustrialização, desnacionalização de empresas e desmobilização de cadeias industriais, tornando-o cada vez mais dependente dos commodities.