No dia 22 de julho, em resposta à constantes invasões de empreiteiras, diversas praias tomadas e poluídas por empreendimentos predatórios, impactos ambientais graves e a privação das atividades pesqueiras, mais de 200 pescadores ocuparam a SPU, cobrando uma regularização fundiária imediata de territórios e comunidades pesqueiras. Os pescadores fazem parte do Movimento de Pescadores e Pescadores Artesanais (MPP).
De acordo com as denúncias realizadas pelo MPP, a fiscalização das praias e dos mangues não vem ocorrendo. Além disso, diversos pescadores vêm sofrendo perseguições, com expulsões violentas e até sendo assassinados pelas empreiteiras. A ausência da atuação do órgão é clara, exceto quando os empresários convocam os poucos funcionários que ainda trabalham na Superintendência.
O Movimento também denunciou que muitas das comunidades pesqueiras têm sido ocupadas, invadidas e restritas de seu direito de ir e vir pelo setor imobiliário, não conseguindo sobreviver afinal não conseguem trabalhar com sua única forma de subsistência, que é a pesca artesanal. O MPP então solicita a fiscalização em especial nas áreas de Tinharé, Boipeba, Barra de Serinhaém, Quilombo Riacho Santo Antônio, entre outras diversas comunidades.
A escalada da violência contra as comunidades pesqueiras é um reflexo do avanço diante à ‘privatização das praias’, algo que foi apoiado não só pelo atual prefeito da cidade, Bruno Reis (União), mas também, pela “oposição”, como Alice Portugal (PCdoB), com o conjunto da elite política-empresarial baiana e soteropolitana chegando em seu “acordão político”: privar do povo sua forma de subsistência, restringir às praias à quem banca suas campanhas e garantir assim sua reeleição com o apoio destes.