Manifestação exige justiça para crianças mortas por policiais na Bahia. Foto: Reaja Ou Será Morta / Reaja Ou Será Morto
Dezenas de pessoas realizaram um protesto combativo em frente a Governadoria do Estado da Bahia (GEB), na manhã do dia 19 de abril. Eles exigiam justiça para Micael Silva, de 11 anos, Ryan Andrew, de 9 anos, e Joel, de 10 anos. Três crianças vítimas da política de segurança pública do Governo do Estado da Bahia. O governo da Bahia, que é responsável pela Polícia Militar e todo aparato repressivo a nível estadual, está a 14 anos sob a gestão do PT.
O ato foi convocado pela Organização Política Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto (Reaja). O protesto mobilizou mães, pais e crianças do bairro Nordeste de Amaralina , porém também estiveram presentes jovens de outros bairros de Salvador.
O prédio da GEB foi cercado por militares e seguranças, que fizeram a proteção do edifício. Mesmo sob chuva, nada deteve o ato, que expressou combatividade a todo o momento, além de muita organização com as questões sanitárias, com o uso de máscaras e distanciamento.
Foto: Reaja Ou Será Morta / Reaja Ou Será Morto
Os manifestantes gritaram palavras de ordem “Contra o genocídio do povo negro, nenhum passo atrás!”, “Rui Costa é assassino!” e os nomes das várias vítimas acompanhados de gritos de “Presente!” .
“Eles levaram a vida do meu filho, a vida do menino Ryan, a vida do menino Michael, mas nós não vamos nos calar! Enquanto Deus der forças e vida, nós vamos guerrear até o fim” denunciou Joselita Menezes, mãe de Micael Silva.
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O militante e escritor, Hamilton Borges disse: “Essa situação não começou agora aqui para nós. (…) A Polícia Militar nasceu em 1825 para destruir quilombos (…) é um projeto de ódio que permanece, não importa o governo, se é o do PT, que é o que está aí (…) que tem nome, “Partido dos Trabalhadores”, que desconhece que o fato de que a maioria (do ato) aqui é de trabalhador”. O ativista seguiu denunciando as falsas promessas do “Programa Pacto Pela Vida”, que prometeu criar empregos, políticas culturais e saneamento e só levaram mais armas e repressão para o bairro do Nordeste de Amaralina.
A Reaja, em convocação para o ato, destacava que “Ryan, de apenas 9 anos de idade foi vítima da prática genocida do governo do Estado da Bahia, que através da Polícia Militar aterroriza os bairros pretos da cidade mais negra fora do continente africano e também as cidades do interior do estado (…)
Uma realidade perversa e cruel para o povo negro, que em muitos bairros como o Vale das Pedrinhas/Nordeste de Amaralina, tem sido uma constante, a exemplo do que ocorreu – entre outras vítimas – com o menino Joel com 10 anos de idade no ano de 2010 e com o pequeno Michael com 11 anos de idade em 2020”.
A Bahia em 2016, contabilizou 457 mortos por intervenção policial no estado, é o estado com maior número de homicídios desse tipo, na frente inclusive do Rio de Janeiro e São Paulo, sendo estes dados referentes somente aos assassinatos registrados e que mostram em prática a marcante frase do governador petista de que a polícia militar é “(…) como um artilheiro frente ao gol” em suas ações de extermínio.
A PM baiana tem sido instrumento para o extermínio de jovens negros nas periferias da capital baiana e região metropolitana, eliminação seletiva de camponeses, indígenas e quilombolas pelo interior do estado e ações de desapropriação em plena pandemia.
Foto: Reaja Ou Será Morta / Reaja Ou Será Morto