Moradores da Vila Moisés, bairro do Cabula, foram às ruas para exigir justiça para os policiais criminosos que assassinaram 18 jovens negros, em fevereiro de 2015. Os assassinos foram absolvidos em julho de 2015, no entanto, os conhecidos, amigos e parentes das vítimas querem que seja feita justiça.
Para entender o caso há que retornar para o dia 6 de fevereiro de 2015. Policiais militares de Salvador cercaram, nesse dia, 18 jovens negros na Vila Moisés, bairro do Cabula, desligaram o GPS das viaturas para não registrar sua localização e executaram 12 dos garotos. Os outros seis conseguiram escapar apenas porque se fingiram de mortos. Cerca de 500 tiros foram disparados naquela noite, quase 100 deles atingiram os corpos. A tragédia ficou conhecida mundialmente como Chacina do Cabula e é a expressão da guerra reacionária movida pelo velho Estado diariamente contra o povo pobre nas favelas.
Atualmente, a Bahia é o estado brasileiro com maior taxa de homicídios, na frente inclusive do Rio de Janeiro e São Paulo. Uma pesquisa de 2016 contabilizou 457 mortos por intervenção policial no estado, em relação aos 354 do ano anterior, dados referentes somente aos assassinatos registrados. E o perfil dos homicídios é bem claro: as vítimas são em sua grande maioria jovens pobres e com baixo grau de escolaridade.
