Manifestantes erguem faixa com a frase “Só queremos o direito de ter nossa casa própria”. Foto: Reprodução
No dia 26 de julho, camponeses protestaram exigindo a liberdade de oito companheiros presos em 2019, durante resistência contra despejo realizada pelos paramilitares a mando da empresa monopolista Veracel Celulose que é latifundiária de eucalipto da região Sul da Bahia.
A manifestação ocorreu pela manhã, com barricadas fechando a BR-101 nos dois sentidos no município de Itagimirim. A manifestação durou cerca de 3h e 30 minutos, formando um longo congestionamento. Os camponeses só liberam a via depois de serem ouvidos. Os manifestantes ergueram uma faixa com a frase “Só queremos o direito de ter nossa casa própria”.
A prisão ocorreu em julho de 2019. Camponeses denunciam a morosidade no processo, onde o judiciário já adiou duas audiências, negaram o pedido de habeas corpus, como também a mudou o processo que estava na 2ª Vara e agora está na 1ª vara na competência do juiz Otaviano Andrade.
O fato é que a resistência dos camponeses naquela ocasião (já noticiado pelo AND) foi em legítima defesa. A reação da massa foi imediata, após uma reintegração de posse em favor da multinacional Veracel Celulose, suposta dona da fazenda, ocorrida em 27/06. Algumas famílias expulsas das terras, sem ter para onde ir, acamparam na estrada perto da área reintegrada. Dias depois, em 02/07, o grupo camponês foi abordado pela pistolagem legalizada como empresa (GPS, com sede em São Paulo) que aproximou-se com seis carros e, de maneira truculenta, tentou expulsar os camponeses do local.