BA: Petroleiros protestam contra venda de refinaria

BA: Petroleiros protestam contra venda de refinaria

Trabalhadores protestam contra venda da refinaria Rlam, localizada na Bahia. Foto: Sindipetro.

No dia 10 de fevereiro, petroleiros realizaram um ato contra a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam). O ato aconteceu na rodovia BA-523, em um local conhecido como Trevo da Resistência, que dá acesso a refinaria localizada no município de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, no estado da Bahia. Cerca de 1.500 pessoas, entre elas trabalhadores próprios, terceirizados, comerciantes e moradores estavam presentes no local, carregando faixas e cartazes, e dizendo palavras de ordem. A manifestação se trata de uma prévia do que é esperado para a greve, que já foi aprovada e pode começar a qualquer momento.

Com a venda da refinaria os mais afetados serão os trabalhadores terceirizados, que correspondem a cerca de 1.700. Esses devem perder seus empregos e poucos serão recontratados. Já os funcionários concursados, cerca de 900, serão transferidos para outros estados ou devem aderir ao Plano de Demissão Voluntária, oferecido pela estatal, mesmo sem ter tempo suficiente para aposentadoria.

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A Rlam foi a primeira grande refinaria do país e uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento e industrialização da Bahia. Apesar de sua importância, foi vendida por 50% do seu valor. O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), afirma que a venda da Rlam causará um impacto negativo tanto em São Francisco do Conde, como nas cidade vizinhas de Candeias, Madre de Deus e São Sebastião do Passé, que dependem economicamente das atividades da refinaria.

Jairo Batista, coordenador do Sindipetro Bahia, contou que no mesmo dia do anuncio da venda da Rlam, foi registrado um aumento no preço dos produtos derivados do petróleo, em especial o diesel, a gasolina e o gás de cozinha. “Fica evidente o quanto que andam de mãos dadas a privatização e o aumento de preços. Não é possível que o povo brasileiro, que é o verdadeiro dono do petróleo e das refinarias, pague cada vez mais caro para obedecer uma política de preços que a Petrobrás adota, que atrela o valor dos derivados do petróleo ao dólar, enquanto que nós, brasileiros, recebemos salários em real”, afirmou Jairo.

Contudo o sindicato ainda denuncia que além da refinaria, o governo federal está entregando também 669 quilômetros de oleoduto, que ligam a Rlam ao Complexo Petroquímico de Camaçari e ao Terminal de Madre de Deus. O Sindipetro-BA afirma que, o terminal também está sendo vendido em um pacotão que envolvem outros três terminais baianos, são eles: Candeias, Jequié e Itabuna.

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