Na terça-feira (9 de maio), última data para recadastramento da biometria nos municípios da Bahia, as filas nos cartórios eleitorais alcançavam proporções e desorganização inimagináveis. Centenas de pessoas haviam passado a manhã na fila para só conseguir tirar o título de eleitor ao cair da noite, sendo um quadro comum ver centenas de pessoas dormindo sobre o chão sujo, exaustas, com fome e sede.
As fileiras de trabalhadores/as que acordaram cedo ou mesmo dormiram na fila para poder atualizar seu título de eleitor, e foram totalmente desrespeitados e submetidos ao descaso, humilhação e indiferença quanto à sua condição humana, escancara cada vez mais a podridão que rege esse Velho Estado e como sua ilegitimidade antidemocrática começa desde seus processos eleitorais tão apregoados como “pilar da democracia” e “representatividade”.
A tecnologia do processo eleitoral brasileiro com a urna eletrônica, e agora a biometria, revela como todo este aparato assim como os patéticos discursos em defesa do processo eleitoral não correspondem à realidade desumana com que tratam as massas, forçando-as como ameaças no corte de benefícios e dificuldade
burocráticas, a se submeter a tamanha humilhação.
Por isso e, por não verem mais nas eleições burguesas um meio para exercer seu verdadeiro protagonismo popular e como fonte de mudanças, as massas vem cada vez mais demonstrando seu repúdio à farsa eleitoral, isso vê-se claramente no vertiginoso crescimento dos votos inválidos(brancos e nulos) e de abstenções, assim como nas derrotas das campanhas para cadastro da biometria, onde milhares de brasileiros tem ignorado as convocações iniciais e suas fracassadas prorrogações.
Urge elevar à compreensão das massas e seu boicote espontâneo, em rebelião justa e fundamentada na ciência do proletariado, da negação de representatividade do velho e podre Estado à necessidade de uma grande revolução em nosso país