Bolsonarista lançou caminhão contra posto da PRF ‘por Bolsonaro’

Bolsonarista disse que cogitou que o ato poderia ter matado pessoas.
Foto: Reprodução.

Bolsonarista lançou caminhão contra posto da PRF ‘por Bolsonaro’

Bolsonarista disse que cogitou que o ato poderia ter matado pessoas.

O caminhoneiro bolsonarista que avançou com um caminhão contra um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 26 de março o fez por razões políticas, segundo o próprio autor do ataque. O homem disse à polícia que foi um protesto pelo julgamento que tornou Jair Bolsonaro (PL) réu naquele mesmo dia.

O homem retornava a São Paulo depois de finalizar uma entrega em Brasília e, ao passar pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), localizado no Recanto das Emas, na BR-060, atingiu barreiras plásticas em alta velocidade, avançou pelo acostamento e bateu nas viaturas estacionadas.

Ainda não se sabe se o ato contou com planejamento prévio ou se o homem agiu sozinho, mas R$ 15 mil em espécie foram encontrados dentro do caminhão. O bolsonarista também descreveu o ato como “terrorismo” e disse que chegou a cogitar que o ato poderia matar pessoas.

A ação foi bem similar a atos organizados pela extrema direita bolsonarista desde 2018 em vários pontos do Brasil com o objetivo de causar distúrbios e provocar uma intervenção militar. Foi assim na cooptação da greve dos caminhoneiros, em 2018, e há vários elementos que indicam que o próprio assassinato de Marielle Franco, no Rio de Janeiro, em meio à intervenção militar, foi feito com o mesmo propósito. 

Anos depois, no dia 6 de setembro de 2021, bolsonaristas ameaçaram investir com caminhões contra o STF. A ação só foi impedida após a corte ameaçar decretar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Distrito Federal, pois a PMDF permaneceu passiva durante a ameaça. Em 2022, bolsonaristas invadiram o prédio da PF e queimaram carros em Brasília durante a diplomação de Luiz Inácio e chegaram a planejar um ato com um caminhão-bomba no Distrito Federal. Tudo isso enquanto, em frente aos quarteis, amontoavam-se os galinhas verdes pedindo que o exército tomasse o poder. A sequência de atos foi concluída no 8 de janeiro.

Os anos de 2023 e 2024 tiveram uma redução dos atos bolsonaristas por conta da perda de iniciativa da extrema direita depois do 8 de janeiro e do aprofundamento das investigações contra os golpistas que participaram das agitações de 2022. Apesar disso, em novembro de 2024 um homem se explodiu com fogos de artifício na Praça dos Três Poderes e tentou explodir um carro em outro ponto de Brasília, mas as bombas não foram acionadas.

Esses atos servem aos objetivos de Jair Bolsonaro, embora o próprio ex-presidente esteja tentando se distanciar dos ataques para preservar a imagem. Se em 2022 o capitão-do-mato buscou agitar sua base social fascista para tentar culminar a tentativa de golpe de Estado, hoje Bolsonaro quer usar as galinhas verdes para diminuir o impacto da condenação que tende a sofrer no STF.

Ao mesmo tempo, o ocorrido também deixa claro que, embora a base social fascista de Bolsonaro esteja atualmente dispersa, ela ainda existe e pode ser mobilizada pelo ex-presidente golpista.

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