O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, declarou apoio à eleição presidencial de governadores bolsonaristas em 2026 durante um evento da instituição no dia 23 de novembro. Apesar da ausência de Jair Bolsonaro, recentemente indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe, os bolsonaristas Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Cláudio Castro (PL-RJ) marcaram presença.
Durante o evento, Caiado confirmou sua candidatura para 2026 e diminuiu os impactos do indiciamento de Bolsonaro sobre a extrema-direita. “Bolsonaro foi indiciado, e daí? A vida continua. Agora tem dois anos que é só essa discussão no Brasil (…). Se eu fosse ficar preocupado com as pequenas coisas, eu não governaria”. Tarcísio de Freitas, que, junto de Caiado, é um dos favoritos para a candidatura de 2026, foi mais comedido e evitou comentários sobre a política nacional.
O sionista Lottenberg aproveitou o momento para voltar a criticar o governo de Luiz Inácio e confirmar o apoio aos bolsonaristas. “Posso dizer o seguinte: eu não convidei o atual presidente, mas o futuro presidente do Brasil está nessa sala”.
Outras figuras centrais do bolsonarismo também estavam presentes, como o prefeito paulista Ricardo Nunes (MDB-SP) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado por Bolsonaro, também foi ao evento.
O evento expressa que o conjunto das forças políticas organizadas sob o guarda-chuva do bolsonarismo segue a se organizar para 2026, apesar do impacto das novas investigações reveladas sobre os planos da extrema-direita bolsonarista, e de Bolsonaro em particular.
As próprias instituições atualmente hegemonizadas pela direita tradicional sabem que não podem avançar com muita celeridade o processo por conta da mobilização latente dos galinhas verdes. O cálculo é que uma condenação e prisão rápida do cabecilha da extrema-direita poderia “inflamar o clima político” com a “com a convocação de protestos” por parte dos galinhas verdes, segundo informações da jornalista Malu Gaspar, do monopólio de imprensa O Globo.
Já fontes ligadas ao PL e que conversaram com a mesma jornalista apontam que o bolsonarismo teria maior alcance político tendo Bolsonaro como cabo eleitoral do que como candidato. “Ele (Bolsonaro) como candidato tem muita rejeição, mas apoiando algum nome da direita, como Tarcísio ou Caiado, ele é imbatível”.