Parlamentares bolsonaristas e o próprio ex-presidente ultrarreacionário Jair Bolsonaro (PL) prometeram avançar com a PEC da Anistia no Congresso Nacional em um ato que reuniu galinhas verdes na orla de Copacabana, Rio de Janeiro, hoje (16/3).
O deputado federal e líder do PL, Sótenes Cavalcante (PL-AL), disse que conta com o apoio de dezenas de outros parlamentares para colocar a PEC em caráter de urgência ainda nessa semana.
A PEC da Anistia foi o centro da manifestação. Inicialmente, os bolsonaristas pretendiam concentrar a agitação contra o governo de Luiz Inácio (PT), mas mudaram o foco em meio ao avanço das denúncias contra Bolsonaro pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e em meio à queda de aprovação do governo.
Uma mudança que corresponde à estratégia de Jair Bolsonaro e seus asseclas para desmoralizar o processo politicamente e enfraquecê-lo mediante a PEC da Anistia para tentar minar a potência da condenação final de Bolsonaro. Ao mesmo tempo que mobilizam os galinhas verdes para, através da mobilização da base social fascista, coagir o Supremo Tribunal Federal (STF) a dar uma pena menor.
O cabecilha da extrema-direita e ex-presidente disse que nunca pensou em ter que lutar pela anistia de “pessoas inocentes” e tentou desmoralizar as investigações da “banda da PF”. O ex-presidente também disse que a “transparência” é um dos pilares da “democracia” – apesar de ter imposto mais de 1.108 sigilos de 100 anos quando era presidente.
Com bandeiras norte-americanas e israelenses, além de algumas brasileiras, o ato reuniu cerca de 18,3 mil galinhas verdes, de acordo com um cálculo feito com base em imagens aéreas pelo grupo de pesquisa Monitor do debate público, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). É uma queda substancial em relação ao ato feito no mesmo local em 7 de setembro de 2022, que reuniu 64,6 mil galinhas verdes, em relação a todos os atos de 2024, que reuniram 185 mil na Avenida Paulista (25/2), 32,7 mil em Copacabana (21/4) e 45,7 mil novamente na Paulista (7/9).
Os números confirmam que, de fato, a base social fascista de Bolsonaro ainda está mobilizada, mas dispersa. Isso porque os mobilizados para os atos neste ponto dos acontecimentos são o núcleo-duro dos galinhas verdes, aqueles que estão comprometidos com Bolsonaro (PL) apesar de todos os indícios concretos dos preparativos golpistas por parte do ex-presidente. Apesar disso, a redução dos números representa a dispersão dessa base existente.