Plano de ocupação permanente da Amazônia é vazado e militares passarão mais tempo na região

Plano de ocupação permanente da Amazônia é vazado e militares passarão mais tempo na região

A presença de militares do Exército na Amazônia, sob as chamas que encobrem os seus territórios, será estendida. Com o novo decreto assinado na última sexta-feira (20), o fascista Jair Bolsonaro dá mais tempo para o avanço da militarização da região, além de já admitir a possibilidade de prorrogações adicionais futuras. A nova edição dá o aval para que as tropas avancem sobre territórios indígenas, áreas de conservação ambiental e atuem ostensivamente nas fronteiras para “combater queimadas”. 

Inicialmente, a ocupação teria encerramento na próxima terça-feira (24), quando as atividades completariam um mês. Agora, o prazo passa para o dia 24 de outubro. Segundo fontes oficiais do próprio governo, no momento já se trabalha com a ideia de prolongar a ação até novembro. Durante esse tempo, a atuação das forças está permitida em toda a chamada ‘Amazônia Legal’, que engloba nove estados da federação (Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantis e Maranhão).

Os custos diários de manutenção da medida de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia já alcançam cerca de R$ 1,5 milhão. Cerca de metade de um fundo bilionário de R$ 2,6 bilhões da Petrobras foi transferido para a continuidade da medida.

ENTRE CORTINAS DE FUMAÇA LITERAIS E FIGURADAS

Concomitantemente ao anúncio da medida numa edição extra do Diário Oficial, por meio de mais uma GLO, o veículo de imprensa The Intercept divulgou informações sobre um plano de ocupação permanente de toda a região amazônica, denominado “Projeto Barão de Rio Branco” e que está em marcha desde fevereiro deste ano. Para dar prosseguimento a militarização da região de forma contínua, o foco das justificativas governistas e militares deixaria de ser as queimadas e passaria para a presença de chineses, de ONGs e da Igreja Católica na região.

Ver também: Fausto Arruda: O que está por trás dos incêndios na Amazônia

Entre áudios de reuniões e ilustrações apresentadas para o projeto e que foram divulgadas pelo veículo, está o objetivo de se iniciar obras de grandes proporções em áreas de conhecidos conflitos agrários “para garantir a presença do Estado na região”, tais como a construção e ampliação de estradas e hidrelétricas, exploração de minério e conversão de solo para plantio, fazendo também com que diversas localidades tenham aumento populacional exponencial.


Um dos discursantes nas reuniões do projeto, general do Exército Maynard Santa Rosa é saudado no 2º Batalhão de Infantaria de Selva

Desta forma, segundo os presentes nas reuniões do “Projeto Rio Branco”, incluindo o general do Exército Maynard Santa Rosa, atualmente na Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos do governo e que fora amestrado no U.S Army War College (Escola Militar de Guerra do USA), estará garantida a “soberania nacional” sobre os interesses destes três inimigos.

Medida da ofensiva contrarrevolucionária

Na realidade, tal GLO e o projeto são parte da ofensiva contrarrevolucionária, especificamente em sua terceira tarefa, que consiste em militarizar o campo e impulsionar empreendimentos que justifiquem a presença militar. O plano dos reacionários – e também dos fascistas – é sobrepor na Amazônia um volumoso aparato repressivo para inibir a luta camponesa e tentar reprimi-la.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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