No dia 24 de julho, o jornalista Ruben Valente do monopólio de imprensa UOL revelou em uma reportagem que o Ministério da Justiça, por meio do órgão Secretaria de Operações Integradas (Seopi), realiza espionagem contra 579 policiais federais e civis por serem considerados apoiadores de movimentos “antifascistas” e “inimigos” do governo. Vale lembrar que Bolsonaro nomeou o coronel Gilson Libório de Oliveira Mendes para o cargo de diretor de inteligência do Seopi.
Com o levantamento feito, o ministro da Justiça, André Mendonça, tem agora em suas mãos um dossiê com identificação, fotografias, endereços e redes sociais desses agentes.
Oficialmente o papel de Libório na tarefa dada por Bolsonaro é de “elaborar estudos e pesquisas para o aprimoramento das atividades de inteligência de segurança pública e de enfrentamento ao crime organizado” na Seopi, que é chefiada pelo delegado Jeferson Lisboa Gimenes.
O coronel Libório é formado pela turma de 1982 da Academia Militar das Agulhas Negras como Oficial da Arma de Infantaria e já trabalhou como major na Casa Militar em 1998. Quando foi promovido a tenente-coronel, Libório foi trabalhar no gabinete do comandante do Exército, atuando no Centro de Informações e da Comunicação Social e nas assessorias jurídicas, finanças do comandante e parlamentar.
Após a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça veio a tona tais características da Seopi, se transformando numa espécie de “Abin paralela” do governo.
Tais fatos indicam avanço na terceira tarefa da ofensiva contrarrevolucionária (golpe de Estado militar pelas vias institucionais), precisamente na tarefa de fazer uma “faxina” no velho Estado brasileiro, removendo-lhe elementos democráticos e mesmo vinculados ao oportunismo (falsa esquerda eleitoreira) para impulsionar mais a repressão e militarização da sociedade com o mínimo de resistência institucional.
André Mendonça e Bolsonaro durante a posse daquele como Ministro da Justiça e Segurança Pública. Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press