Bolsonaro e o governo de generais diminuíram o salário mínimo real para 2019, empobrecendo ainda mais os trabalhadores. O “aumento” do salário formal, que foi de R$ 998 a R$ 1.039, não cobre a inflação de 2019 e diminui o poder de compra das famílias.
O salário mínimo fixado pelo governo “aumentou” 4,1%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2019 – índice que mede a inflação – aumentou 4,48%. O poder de compra (salário real) foi diminuído.
Um dos problemas que consome o salário mínimo foi o aumento da inflação que praticamente duplicou seu tamanho (estimava-se 0,62%, mas a quantia foi de 1,22%). Para que o salário mínimo real fosse mantido no seu patamar de 2019 (que já é terrivelmente baixo) a quantia oficial deveria ser R$ 1.044.
A carne, tida como uma das mercadorias que mais teve aumento no seu preço, teve uma inflação de 32,40%, enquanto o feijão carioca subiu absurdos 55,99%! A banana-da-terra, outro exemplo, elevou seu preço em 46,02%. Já alimentos e bebidas em geral teve uma alta de 6,37%. O plano de saúde, que também entra na conta da inflação, teve uma alta de 8,24%. Outros itens que tiveram alta foram habitação (3,90%), ônibus urbano (6,64%), energia elétrica (5%) e gasolina (4,03%)
Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pelo menos 49 milhões de pessoas dependem do salário mínimo no país.
Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmaram que podem “reajustar” o salário, para mantê-lo no mesmo patamar miserável que em 2019. Mas afastaram qualquer possibilidade de aumento, por menor que seja.
Povo empobrece e monopólio enriquece
Enquanto a inflação e o salário mínimo comem o poder de compra das massas trabalhadoras, os monopólios bilionários prosseguiram aumentando sua riqueza em 2019. O Itaú Unibanco, por exemplo, anunciou em julho de 2019 que atingira um lucro de R$ 7,03 bilhões somente no segundo trimestre, uma alta de 10,2% se comparado ao mesmo período de 2018. Segundo o balanço do próprio grupo financeiro, o bom resultado deveu-se da expansão do crédito para pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas, isto é, através dos altos juros pagos pelas massas populares.
Já o monopólio na produção de bebidas, a Ambev, também se beneficiou em 2019. Com lucro líquido em alta, o monopólio calculou um crescimento de 16,1% apenas no segundo trimestre de 2019, comparado ao período anterior. No total, o lucro líquido foi de R$ 2,712 bilhões no período.
Governo reacionário diminui o salário mínimo. Foto: Fernando Souza / AFP