Bolsonaro posa sorrindo ao lado da deputada nazista alemã, Beatrix von Storch e do marido desta. Foto: Reprodução
O presidente fascista Jair Bolsonaro se encontrou com a deputada nazista alemã Beatrix von Storch, no Palácio do Planalto, em Brasília. O encontro foi na última semana e aconteceu fora da agenda oficial do presidente. A parlamentar postou uma foto com Bolsonaro em suas redes sociais no dia 26 de julho.
Além de Bolsonaro, a parlamentar alemã se encontrou também com os deputados Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis, além do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.
Beatrix é deputada pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfD, sigla em alemão), um dos representantes da extrema-direita naquele país.
A deputada e seu partido defendem abertamente Hitler e seu governo nazista. Beatrix é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, homem que foi ministro das finanças de Hitler por 12 anos. O avô de Beatrix foi condenado pelo tribunal de Nuremberg a 10 anos de prisão por crimes de guerra.
“Um encontro impressionante no Brasil: gostaria de agradecer ao presidente brasileiro a amistosa recepção e estou impressionado com sua clara compreensão dos problemas da Europa e dos desafios políticos de nosso tempo”, declarou Storch sobre o encontro com Bolsonaro.
O partido de Beatrix é acusado na Alemanha de defender ideias negacionistas, racistas, antissemitas e xenófobas. A deputada foi investigada em 2018 por publicações que incitavam o ódio a pessoas de fé islâmica.
O encontro de Bolsonaro com a nazista alemã causou indignação em entidades como o Museu do Holocausto. A entidade afirmou em nota que a AfD é “um partido de extrema-direita com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e com um forte discurso anti-imigração”.
Já o coletivo Judeus pela Democracia, em uma publicação no twitter sobre a visita da deputada nazista alemã a representantes do governo brasileiro, afirmou: “Pela terceira vez em dias a vice-presidente do partido extrema-direita alemão aparece com governistas brasileiros: presidente da CCJ, filho do presidente e agora o presidente do Brasil. Posam sorrindo e citando semelhanças com o partido xenófobo alemão. Sem rodeios: nazistas”.
O AfD já tinha interagido com Bolsonaro em 2018, quando o perfil no twitter da bancada do partido no Bundestag (parlamento alemão) parabenizou Bolsonaro pela vitória na eleição, afirmando que “Jair Bolsonaro é um conservador franco que vem trabalhando para combater a corrupção de esquerda e restaurar a segurança e prosperidade para o seu povo. Como ocorre com a AfD, ele foi inimizado por todos os lados por ser um outsider que desafiou o sistema.” disseram os fascistas.
Bolsonaro e seus amigos nazistas
Não é a primeira vez que Bolsonaro e seu governo flertam amigavelmente com indivíduos abertamente nazistas.
Quando ainda era deputado federal, Jair Bolsonaro posou para uma foto sorrindo ao lado de um homem fantasiado de Hitler e declaradamente nazista. O homem em questão era Marco Antônio, candidato a vereador do Rio de Janeiro naquele ano pelo Partido Social Cristão (PSC).
Filipe Martins, assessor especial de Bolsonaro, é réu por fazer um gesto de supremacistas brancos em uma sessão do Senado.
Em 2020, o então secretário de Cultura, Rodrigo Alvim, foi demitido após realizar um esdrúxulo vídeo parafraseando o ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels.
Carta de Bolsonaro circula em fóruns nazistas
Recentemente a antropóloga, Adriana Dias, que pesquisa sobre grupos nazistas na internet encontrou uma carta de Bolsonaro datada de 2004, circulando em fóruns desse tipo.
Três sites diferentes de nazistas traziam um banner com a foto de Bolsonaro e um link que dava diretamente no antigo site que Bolsonaro mantinha.
A descoberta comprova o fato de que neonazistas brasileiros fazem parte da base bolsonarista tendo Bolsonaro como seu representante mais destacado dentro da estrutura do velho Estado brasileiro.