Na manhã de 11 de agosto, a Polícia Federal realizou operação de busca e apreensão que aponta para mais um revés político para Bolsonaro – que, além de ter sido declarado inelegível, está, agora, sendo associado à venda de jóias. Os alvos são três figuras próximas a Bolsonaro: o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o advogado Frederick Wassef e o tenente Osmar Crivelatti.
Os envolvidos
O pai de Mauro Cid, general do Exército, recebeu orientações do filho para vender uma escultura que foi recebida por Jair Bolsonaro em 16/11/22 nos Emirados Árabes. O filho ordenou para o pai tirar fotos da escultura e enviá-las à empresa Diamond Banc, da Flórida, no Estados Unidos. A PF anexou no processo uma imagem em que o reflexo do general Mauro Cid (o pai) aparece na escultura. Segundo a Coaf, Mauro Cid movimentou quase R$ 4 milhões em contas bancárias entre fevereiro de 2022 e maio de 2023. Além da escultura, Mauro Cid vendeu por 60 mil dólares um relógio de luxo, também recebido em visitas oficiais.
Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, é apontado pela PF como uma das figuras chaves na venda das jóias. O monopólio de imprensa G1 afirma que Wassef recomprou um relógio de luxo recebido de presente por Jair Bolsonaro que foi vendido de forma ilegal para poder entregar o item ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Osmar Crivelatti, segundo-sargento do Exército reacionário e um dos auxiliares pessoais de Bolsonaro, foi responsável pela retirada de um relógio avaliado em R$ 300 mil (doado pelo rei da Arábia Saudita em viagem oficial e também negociado por Mauro Cid) do “acervo privado” da presidência para seu próprio gabinete. Além disso, Osmar tem uma biografia notável: homem de confiança do ex-comandante do Exército Villas Boas, foi nomeado por este último para o cargo de adjunto de comando (cargo que também ocupou sob o comando de Pujol e que só saiu para tornar-se auxiliar pessoal de Bolsonaro em 2019).
Comprovações
Já está mais que comprovado, e também nesta ocasião, que as Forças Armadas reacionárias não são vistas como sinônimo de idoneidade a não ser por tresloucados vivandeiros de quartel. Trata-se de vendilhões da pátria, genocidas do povo e, para variar, tão corruptos quanto qualquer outro representante das classes dominantes brasileiras.
Em uma semana, informações revelaram que o GSI enviou a Mauro Cid informações sensíveis da segurança de Lula, Anderson Torres compareceu à CPMI e se fez de sonso e Silvinei Vasques foi preso em operação.
Trata-se de um cerco jurídico contra Bolsonaro e seus aliados, desatado a partir do STF. Diga-se de passagem, tal cerco não busca investigar e nem prender os genocidas em questão por seus crimes contra o povo, cometidos de forma impune nos últimos quatro anos, e por sua responsabilidade pela tentativa de ruptura institucional, mas sim por crimes de corrupção, peculato, prevaricação, dentre outros.