Caminhoneiros param no Porto de Santos e ameaçam greve nacional. Foto : Banco de Dados AND
Caminhoneiros da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, realizam uma manifestação na entrada do Porto de Santos na manhã do dia 17. De acordo com a categoria, os trabalhadores protestam contra o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do cais, reivindicam um valor mínimo para serviços de frete e a retirada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis.
“Brasília tem um projeto que vai tirar 8 mil postos de trabalho no porto de Santos e nós não vamos admitir. Vamos fazer essa paralisação para mostrar para o governo federal que nós somos unidos e que não vamos permitir a perda de trabalho no porto”, declarou representante do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Alexsandro Viviani. Além disso, a retirada do ICMS reduziria o preço dos combustíveis para R$ 2,50. Atualmente, o valor médio é de R$ 3,711.
A concentração dos manifestantes começou próxima à avenida Engenheiro Augusto Barata, no bairro Alemoa e durou 24h. De acordo com Alexsandro Viviani, os manifestantes fazem um trabalho de argumentação com os motoristas para ampliar a adesão da categoria.
A reacionária Justiça Federal proibiu, no dia 16/02, o bloqueio do Porto de Santos com uma multa diária de R$ 200 mil para aqueles que descumprirem a medida. Alexsandro afirma que parte dos motoristas deixa de acessar os terminais em apoio ao ato da categoria. “O ato é para mostrarmos que a categoria está unida e que, se não formos atendidos, nossa greve será por tempo indeterminado”, crava.
A categoria também reivindica um valor mínimo para o serviço de frete. “Queremos que esse piso seja constitucional para toda a categoria, que os preços dos serviços sejam justos”.
Petroleiros e caminhoneiros denunciam política de preços de Bolsonaro
O diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Litoral Paulista, Fábio Melo, conversou com os caminhoneiros ao lado do presidente do Sindicam, Alexsandro Viviani, na manhã do dia 17/02, no Porto de Santos. De acordo com ele, “a estatal está praticando um ágio no preço para que o produto externo possa entrar com competição aqui”.
Melo afirma que a greve dos caminhoneiros vai ao encontro da dos petroleiros, assim como foi a de 2018. “Lutamos contra a política equivocada que o governo federal está impondo sobre paridade de preço internacional. Além dos impostos, que afetam a vida de todo mundo, o problema também está na origem. A paridade de preços internacional favorece a entrada do produto importado, competindo com o produto que é produzido aqui”, afirmou.
Melo diz ainda que “isso está completamente errado. As cargas das refinarias estão reduzidas e o produto importado está chegando. A Petrobras hoje está praticando um ágio no preço para que o produto externo possa entrar com competição aqui. Nós temos hoje petróleo. Somos um dos dez maiores do mundo, temos uma malha de tubos espalhada pelo Brasil inteiro que garante a logística tanto da chegada do petróleo quanto do escoamento de derivados de petróleo para todo o Brasil e temos um parque de refino robusto”, alertou.
O anúncio de greve dos caminhoneiros da Baixada Santista foi feito no mesmo dia em que a Associação Nacional dos Transportadores Autônomos do Brasil (ANTB) anunciou que a categoria vai aderir e prestar total apoio à greve nacional dos petroleiros, que já dura 19 dias e paralisou 120 unidades do sistema da estatal.