Caminhoneiros fazem paralisação na rodovia Niterói -Manilha, na altura de Itaboraí. Foto: Reprodução
Caminhoneiros de todo o país articulam uma greve geral. O estopim foi o novo reajuste no preço do combustível, em especial o óleo diesel, que subiu 5%, no dia 2 de março. Foi a segunda alta em menos de três semanas.
Em uma das paralisações, caminhoneiros estacionaram seus caminhões e formaram uma longa fila no sentido Magé, da rodovia Niterói-Manilha, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, na noite do dia 1 de março.
Motoristas que passavam pela via relataram nas redes sociais a magnitude do ato: “Manilha parando… Querem porque querem greve!”, outro internauta disse: “Caminhoneiros parando em Manilha no acostamento. Greve novamente”.
Em Vespasiano, na região metropolitana de Minas Gerais, cerca de 100 caminhões pararam no acostamento da rodovia BR-040, no KM 511, na altura da cidade de Ribeirão das Neves, na manhã do dia 2 de março.
“A categoria protesta contra o preço absurdo do combustível. Nosso objetivo é baixar o preço porque 70% está ficando no combustível e 30% para o caminhoneiro. Se furar o pneu, acabou. Você não ganha nada e está pagando para trabalhar”, afirmou, Bruno Costa, um dos participantes do ato em Minas.
Nos dois protestos realizados pelos caminhoneiros a polícia foi até o local para reprimir e intimidar a luta dos trabalhadores.
Aumento de preços
A Petrobras aumentou em 4,8% o preço da gasolina, R$ 0,12 por litro, deste modo, o combustível será vendido às distribuidoras por R$ 2,60 por litro. Já o diesel sofreu um aumento de 5%, ou seja, R$ 0,13 por litro, com o reajuste. O preço para as distribuidoras passa a ser de R$ 2,71 por litro.
Lideranças dos caminhoneiros não negam a iminente greve da categoria: “Não vou repetir as palavras do presidente, mas “acabou, pô”. Não dá mais. Agora chegou a hora de todos os trabalhadores, os autônomos e os caminhoneiros se unirem novamente. Vamos mostrar a nossa força de novo”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão.
Pugna entre frações expõem fragilidade do governo frente a iminência das paralisações
Enquanto ainda era presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu a política de preços da empresa: “O preço não é caro nem barato, o preço é preço de mercado”, frisou o executivo. “E se o Brasil quer ser uma economia de mercado tem que ter preços de mercado. Preços abaixo de mercado geram muitas consequências, algumas imprevisíveis, outras previsíveis, mas sempre negativas”, disse o burocrata.
Assim como Castelo Branco, integrantes da ala econômica do governo, liderada por Paulo Guedes, também defendem a política de preços. Esta posição contrasta diretamente com o interesse dos caminhoneiros, que buscam um preço mais acessível para a realidade brasileira, não equiparando os preços ao mercado internacional.
Com a nomeação do general Joaquim Silva e Luna, o Alto Comando das Forças Armadas (cuja ligação orgânica alinha-se à fração burocrática da grande burguesia brasileira) busca se antecipar à greve dos caminhoneiros, abrindo a possibilidade para a intervenção direta na estatal. A reedição da greve dos caminhoneiros tal qual ocorreu em 2018 representaria um grande perigo para o establishment.
“O impacto do quinto aumento consecutivo dos combustíveis na população brasileira é catastrófico, pois temos um efeito cascata em todos os produtos.”, afirma Chorão, presidente da associação que reúne caminhoneiros que também cobrou “medidas efetivas, e não promessas vazias e sem nenhum cumprimento”.
O presidente da Abrava denunciou, ainda, o descaso do governo federal com a categoria dos caminhoneiros no que tange a vacinação contra a Covid-19, “Mas os governos não estão respeitando a pandemia. Os governadores não estão, o presidente não está. Nós estamos só sendo prejudicados”. “Colocaram nas prioridades, mas a vacina não chegou”, disse sobre a promessa do governo de dar prioridade aos caminhoneiros no plano de vacinação.
Em Minas Gerais, o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, disse que representantes dos tanqueiros de todo o país se reunirão, no dia 4 de março, para debater possíveis ações contra os reajustes de preços praticados pela Petrobras. “Pode acontecer greve nacional, os sindicatos já estão dando sinal de paralisação”, apontou o dirigente.
@OperacoesRio@legal_rj @Monit_SEG_BR @Informacoes_RJ@Caosnorio1@JornalNoAr @ComunidadesRJ@informe_rj@InformeRJO@alertario24hrs#BDRJ #RJTV #RDRJ#GrevedosCaminhoneiros
Caminhoneiros estão iniciando uma Greve na Br 101 em Manilha , devido o aumento dos combustíveis . pic.twitter.com/9MuszQ4qAy
— radardabrasil (@radardabrasil) March 2, 2021